A delicada transição no comando técnico do Sporting

  1. Frederico Varandas afirmou ter «muito poucas dúvidas de que João Pereira estará dentro de quatro ou cinco anos num dos clubes mais poderosos da Europa»
  2. O jornalista Paulo Cunha critica «o Sporting optasse por um timoneiro que confessa não dispor do livro de instruções para manter em funcionamento uma máquina – das mais fiáveis e brilhantes da história do clube – tão bem oleada»
  3. O autor do texto defende que «Não podem ser imputadas culpas a João Pereira por ter sido o eleito para suceder a Ruben Amorim. Quem o colocou a liderar a equipa é que tem de dar a cara e não se esconder quando as coisas correm mal»

A delicada transição no comando do Sporting

A escolha de João Pereira para suceder a Ruben Amorim no comando técnico do Sporting tem sido alvo de muitas críticas e questionamentos. Frederico Varandas, presidente do clube, foi quem decidiu apostar no ex-treinador da equipa sub-23 para dar continuidade ao legado deixado pelo agora técnico do Manchester United.

Varandas chegou a afirmar, na apresentação de João Pereira, que tinha «muito poucas dúvidas de que João Pereira estará dentro de quatro ou cinco anos num dos clubes mais poderosos da Europa». No entanto, a realidade tem-se mostrado bem diferente, com o Sporting a atravessar um momento conturbado após três derrotas consecutivas.

«Máquina» Sporting à beira da contestação

«Custa a crer que o Sporting optasse por um timoneiro que confessa não dispor do livro de instruções para manter em funcionamento uma máquina – das mais fiáveis e brilhantes da história do clube – tão bem oleada», critica o jornalista Paulo Cunha no seu espaço de opinião semanal «Hat trick».

De facto, João Pereira, de apenas 40 anos e sem experiência nos grandes palcos do futebol português, parece não estar preparado para comandar uma equipa do tamanho do Sporting. O próprio admitiu que não pode imitar algo que não consegue replicar, referindo-se à forma de jogar de Ruben Amorim.

«Não podem ser imputadas culpas a João Pereira por ter sido o eleito para suceder a Ruben Amorim. Quem o colocou a liderar a equipa é que tem de dar a cara e não se esconder quando as coisas correm mal», defende o autor do texto.

Varandas enfrenta a maior contestação da sua liderança

Frederico Varandas, que chegou a afirmar que este é o melhor plantel na era da Sociedade Anónima Desportiva dos leões e também o melhor Sporting desde os tempos dos Cinco Violinos, tem agora um grande problema em mãos. O presidente não tem dado a cara neste momento conturbado, algo que os adeptos consideram inaceitável.

«Na cabeça de Frederico Varandas a máquina estava montada, os jogadores iam comprar a ideia de jogo de João Pereira, mas equivocou-se num enorme erro de casting. Os últimos resultados acabam por provar esta teoria e o presidente do Sporting tem agora um grande problema em mãos», aponta o texto.

Os jogadores, por sua vez, parecem ter-se sentido «traídos, sobretudo pelo ex-treinador [Ruben Amorim]», o que se reflete no desempenho da equipa em campo. O «instinto faminto e goleador» que o Sporting tinha parece ter-se perdido, e o próximo jogo com o Club Brugge, na Bélgica, é visto como decisivo para o futuro de João Pereira no comando técnico.

Caso não consiga a vitória nesse encontro, a contestação a Frederico Varandas pela sua aposta em João Pereira deverá intensificar-se ainda mais. O presidente terá de dar a cara e justificar a sua decisão, sob pena de ver a sua liderança seriamente questionada.

Sporting em queda livre após saída de Rúben Amorim

  1. Sporting sofreu 4 derrotas seguidas após a saída de Rúben Amorim, algo que só acontecera mais 2 vezes na história do clube
  2. Após a goleada por 6-0 ao Amarante, surgiram desaires com Arsenal, Santa Clara, Moreirense e Club Brugge
  3. Jornal espanhol AS diz que o Sporting sente a falta de Amorim e perdeu a oportunidade de lutar pelo top-8 na Champions
  4. Jogador Viktor Gyökeres lamentou que adeptos tenham atirado tocha na equipa

Época com mais golos desde 2000/01 na Liga dos Campeões

  1. Em 2019/2020, a média subiu ligeiramente de 3,20 para 3,24
  2. A média mais baixa aconteceu em 2005/2006, com apenas 2,28 golos por partida
  3. Máximo de jogos na época foi em 1999/2000, 2000/2001, 2001/2002 e 2002/2003, com 157
  4. Recorde de golos é 449 em 2000/2001