Primeira parte brilhante, segunda parte dramática
Faz esta quarta-feira um mês que Rúben Amorim dirigiu o último jogo como treinador do Sporting. Após uma impressionante primeira parte da época, com 11 vitórias consecutivas no campeonato e uma exibição goleadora diante do Manchester City na Liga dos Campeões, os leões entraram em queda livre.
Desde a saída de Amorim, o Sporting sofreu quatro derrotas seguidas, algo que só tinha acontecido por mais duas vezes na história do clube, há 12 anos. Após a goleada por 6-0 ao Amarante, em que tudo aparentava continuar igual, surgiram os desaires por 1-5 com o Arsenal, 0-1 com o Santa Clara, 1-2 com o Moreirense e agora 1-2 com o Club Brugge, na Liga dos Campeões.
Imprensa internacional nota a crise
«O Sporting sente a falta de Amorim. O clube perdeu os dois jogos na Champions e a oportunidade de lutar pelo top-8. O Brugge venceu apesar de Gyokeres ter dado dores de cabeça», escreveu o jornal espanhol AS.
Segundo o jornal belga Het Nieuwsblad, o momento «doloroso» entre Eduardo Quaresma e Tzolis, que resultou num autogolo do central português, foi «também doloroso para Debast», que foi a «sexta escolha numa defesa a três».
Adeptos descontentes com a atual situação
«Fomos lá e quisemos agradecer aos adeptos por terem vindo cá apoiarem-nos. Mas é triste que nos atiram coisas destas quando tentas ganhar todos os jogos. Entramos em campo e é o que tentamos fazer. Não tem sido um período fácil para nós e entendemos que também é duro para eles, mas seria bem mais fácil se superássemos esta fase juntos», lamentou o avançado Viktor Gyökeres, após os adeptos terem atirado uma tocha na direção da equipa.
Segundo o ator Victor Espadinha, «não quero mal nenhum ao João Pereira, mas ele veio de um barco a remos e deram-lhe um porta-aviões. Assim não vamos a lado nenhum». Já o humorista Eduardo Madeira considerou que «falta a estrelinha a este novo Sporting de João Pereira» e que «falta um estrelão porque parece que tudo sai mal».
Apelos ao regresso de Rúben Amorim
O político Francisco Rodrigues dos Santos foi mais longe, afirmando que «Amorim levou consigo a estrelinha da equipa. Voltaram as derrotas, os erros de arbitragem e os azares. O João Pereira até poderá ser vítima das circunstâncias, mas ainda haverá quem acredite no seu sucesso? Eu contrataria já o Abel».
Já o antigo futebolista Fernando Mendes considerou que «o Sporting esteve um pouco melhor, mas custa-me estar a dizer isto: como é que se consegue destruir uma equipa em três semanas? A realidade é esta. É uma equipa destruída. O João Pereira demorou a mexer».
Azar e erros marcam a recente fase dos leões
Gonçalo Inácio lesionou-se antes do jogo começar e teve de sair do onze, Eduardo Quaresma fez autogolo e, pouco depois, lesionou-se com gravidade, há um penálti revertido por a falta sobre Maxi Araújo ter sido, milimetricamente, cometida fora da área.
A defesa do Sporting mantém-se em série bem cinzenta, embora não tenha sofrido propriamente um golo, antes um autogolo. Nos últimos nove jogos (cinco com João Pereira e quatro com Rúben Amorim) sofreu golos em oito. Escapou no 6-0 ao Amarante. E segundo jogo a permitir reviravolta ao adversário.
Destaque para a exibição de Geny Catamo
Apesar da derrota, Geny Catamo foi uma das figuras do encontro, com uma exibição de alto nível no flanco direito. «Flanco direito a alta velocidade na Bélgica», escreveu O JOGO, considerando que o ala moçambicano «foi dos mais ativos da equipa nos lances de ataque, tentou várias incursões pelo flanco direito e apareceu no sítio certo para completar o lance do golo, desenhado por Gyokeres e Maxi Araújo, quando já levantava os braços para festejar o suposto golo do uruguaio».
Jogo com o Boavista é decisivo
O treinador João Pereira reconheceu que o encontro com o Boavista é «decisivo em termos de campeonato», após a quarta derrota consecutiva da sua equipa.