Ferido pelos últimos duelos contra rivais italianos, o Braga chega a Roma para encerrar uma sequência negra: nos últimos seis jogos, averbou outras tantas derrotas, incluindo duelos em casa. Foi assim nos últimos anos, em três diferentes frentes - uma eliminatória da Liga Europa, com a Roma de Paulo Fonseca; na Liga Conferência, com a Fiorentina; e, na época passada, na fase de grupos da Champions, com o Nápoles.
É preciso recuar uns anos para sorver memória mais agradável, quando Beto foi herói num desempate por penáltis com a Udinese, garantindo a entrada do Braga na Champions de 2012/13. «Estivemos muitas vezes por cima do jogo, conseguimos competir contra uma Udinese que era muito forte. Nos penáltis foi instinto, fiquei quieto na baliza e parei o remate do Maicosuel. Um êxito desportivo e financeiro, o apuramento foi uma grande alavanca para o crescimento exponencial do clube», recorda o antigo guarda-redes.
O desafio das equipas italianas
Beto Pimparel afere os problemas habitualmente colocados por italianos. «A questão tática italiana sempre jogou a desfavor dos portugueses, que costumam ver o talento e paixão chocar com essa frieza e cinismo. Sabem enredar-nos e levar-nos para uma teia bem montada. Esses jogos com a Udinese até espelharam um pouco isso. Mas também soubemos sofrer. No final nunca é felicidade, é mérito...», explica.
A confiança no Braga
Apesar dos desempenhos intermitentes, Beto acredita no talento individual do Braga. «É uma Roma em readaptação aos métodos do Ranieri. O Braga terá de ter o cuidado de não se colocar a jeito do cinismo italiano. Acredito muito no talento individual, apesar dos desempenhos intermitentes. O Braga, já com dinâmicas mais assimiladas e maiores sinergias, tem de se colocar ao nível da exibição contundente que fez contra o Hoffenheim. Assumir o jogo, ter cautelas com transições e bolas paradas», elucida.
Os potenciais protagonistas
Um ponto acima da Roma, com três jogos em disputa, o Braga sabe que não pode perder na capital italiana. Beto acredita mesmo numa vitória, identificando potenciais protagonistas. «O Bruma tem sido o elemento em destaque, há o Moutinho, que é o pêndulo e vai saber transmitir tudo o que é preciso neste jogo. Um Braga com equilíbrio defensivo e boa saída, para explorar a definição de Roger, Horta e Bruma, pode vencer. Gosto muito do João Ferreira, tem margem de crescimento enorme. Tem garantido segurança e pode dar um salto qualitativo».
Bruma, com sete golos nos últimos oito jogos, chega ao duelo europeu em grande forma, tendo igualado os melhores registos da carreira, no Braga, em 2023/24, e no Galatasaray, em 2016/17. E com quase menos 50 por cento de jogos.