Angélica André enfrenta incerteza sobre local da prova de maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

  1. Qualidade da água do Rio Sena preocupa
  2. 10 dias para maratona aquática olímpica
  3. Medalha de bronze no Mundial 2024

Poluição e bactérias no rio Sena ameaçam prova


Faltam apenas 10 dias para a maratona aquática de 10 km nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e a nadadora do FC Porto, Angélica André, enfrenta uma grande incerteza sobre o local da prova. Isso porque as águas do rio Sena, onde a competição estava prevista para acontecer, continuam a apresentar elevados níveis de poluição e bactérias E-coli, agravados pelas chuvas recentes na capital francesa.

Certezas não há nenhuma, só a incerteza de onde vai ser a prova, afirmou Angélica André em entrevista. A atleta explicou que o seu treinador, José Manuel Borges, tem acompanhado de perto a evolução da situação, mas que ela própria se mantém focada no treino.

Nadadora mantém-se focada no treino


Eu vou treinando, que é o que devo fazer. É assim, certezas não há nenhuma. Há sim a incerteza de onde é que vai ser a prova. Mas acho que estou de consciência tranquila que, seja onde for e o dia que for vou chegar lá na minha melhor forma, declarou a nadadora.

Angélica André lembrou que já passaram por situações semelhantes no passado, como em 2021, quando uma prova em Roma teve de ser adiada dois dias devido a problemas com a água. A atleta disse que vai tentar adaptar-se da melhor forma possível à incerteza do local da competição.

Preferência pelo mar, mas adaptada ao rio


Questionada sobre a sua preferência por nadar em rios ou no mar, Angélica André afirmou que gosta mais de nadar no mar, mas que não tem problemas em competir em rios, desde que a qualidade da água seja considerada segura pelas autoridades.

Gosto mais de nadar no mar, como mais ondas e correntes… Isso é a minha preferência, mas não é aquela coisa de não gostar do rio. É o que for, não tenho problema nenhum, explicou.

Plano B: Pista de canoagem


Quanto ao plano B caso não seja possível nadar no rio Sena, a nadadora revelou que a prova seria realizada na pista de canoagem do Estádio Nacional d'eay, em Vaires-sur-Marne. Ela explicou que essa é a alternativa caso a qualidade da água do Sena não melhore nos próximos dias.

Vai ser na pista de canoagem [Estádio Nacional d'eay em Vaires-sur-Marne]. E esse é o plano B. A minha prova é dia 8. Se a qualidade da água não estiver boa, passa para 9. Se não estiver boa, passa para 10, sempre no Sena. Só, à quarta tentativa é as condições continuarem más é que passará para a pista de canoagem, afirmou Angélica André.

Preparação final na Sierra Nevada


A atleta do FC Porto encontra-se atualmente em estágio de altitude na Sierra Nevada, Espanha, concluindo a sua preparação final para os Jogos Olímpicos. Ela revelou que este tem sido um ciclo de treinos mais curto, de apenas três anos, mas com muitas conquistas, como a medalha de bronze no Mundial de 2024, em Doha.

É a reta final de um ciclo. Um bocadinho mais curto, de três anos, mas de conquistas, como é óbvio. Por isso estas três semanas duras, de muitos quilómetros. No final do estágio terei feito mais de 300 quilómetros. Tenho sido constante no treino e sempre a melhorar tarefa para tarefa, está a correr bem, disse a nadadora.

Experiência olímpica anterior e mudança de cenário


Esta será a segunda experiência olímpica da nadadora, após a participação nos Jogos de Tóquio 2020. Ela afirmou que se sente mais madura e consistente em termos de resultados, em comparação com a sua primeira participação olímpica. A principal diferença, segundo Angélica, será a presença de público, já que em Tóquio os Jogos foram realizados sem público devido à pandemia de COVID-19.

Em Tóquio havia a pandemia e estava completamente deserto. Acredito que neste irei vivê-los, se calhar, como uns primeiro em termos da dinâmica, das pessoas à nossa volta e tudo mais. De resto, é desfrutar e tentar fazer sempre melhor, afirmou a atleta.

Maior observação e vigilância das adversárias


Angélica André também revelou que, após a conquista da medalha de bronze no Mundial de 2024, passou a ser mais observada e vigiada pelas suas adversárias. No entanto, ela disse manter a tranquilidade e que também observa o desempenho das outras atletas.

Não tem sido só de agora após o Mundial, mas sinto que os treinadores e mesmo as atletas já contam um bocadinho mais comigo e observam. Mas tranquila, da mesma forma que fazem comigo, também faço às outras. Vejo o que fazem ou não, o estado de forma em que se apresentam, explicou.

Manter o controlo emocional


Apesar da experiência adquirida, Angélica André admitiu sentir alguma ansiedade à medida que se aproxima o dia da prova olímpica. Ela disse que no Mundial de 2024 chegou a sentir-se mais nervosa, pois precisava de se qualificar para os Jogos. Agora, em Paris, a nadadora afirma que o objetivo é desfrutar da experiência e manter o controlo emocional.

[risos] Um bocado, para dizer a verdade, penso que no Mundial até senti mais, mas aí tinha que me qualificar para ir aos Jogos. Ou era naquela prova ou não era. Aí sim, estava muito nervosa. Agora em Paris é desfrutar e estar o máximo possível com controle emocional, declarou.

Angélica André revelou ainda que, apesar do intenso estágio de altitude na Sierra Nevada, não está cansada do seu treinador, José Manuel Borges, nem ele dela. Ela explicou que, como foi a única atleta da comitiva portuguesa a se qualificar para os Jogos, não quis vir para o estágio sozinha, e por isso o treinador Tomás Sarreira, também do FC Porto, veio acompanhá-la.

Não, quando me qualifiquei em janeiro, e uma vez que o resto da comitiva não conseguiu, disse logo ao Zé e ao João [Viola] que não queria vir para altitude sozinha. É difícil. Os treinos são muito intensos e ter cá alguém ajuda-me a superar-me e passa mais fácil o tempo. Por isso veio o Tomás Sarreira, que também é do FC Porto. Já podia estar de férias, mas está aqui comigo para me ajudar até ao final desta semana a estar cada vez melhor, concluiu a nadadora do FC Porto.

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