A SAD do FC Porto, presidida por Pinto da Costa, comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a renovação da titularização dos direitos televisivos. Segundo o comunicado, a operação de titularização de créditos denominada ‘Dragon Finance No. 1 da Sagasta Finance’ foi integralmente reembolsada, e simultaneamente foi realizada uma nova operação denominada ‘Dragon Finance No. 2’, colateralizada pelos mesmos créditos. Estes créditos são provenientes do contrato de cessão de direitos de transmissão televisiva dos jogos disputados pela equipa principal de futebol na Primeira Liga.
No entanto, é importante destacar que, com essa antecipação consecutiva de receitas, o FC Porto viu uma grande quantia de dinheiro sair dos seus cofres em juros pagos à empresa Sagasta. Um sócio do clube calcula que o valor adicional antecipado corresponda às receitas de direitos de TV previstos para as épocas 2026/27 e 2027/28, o que representa uma perda de 36% em relação ao acordo estabelecido em 2015.
As implicações futuras para a SAD do FC Porto são preocupantes. A SAD terá que viver nos próximos anos sem as receitas dos direitos de TV, o que representa cerca de 25% das suas receitas operacionais. Isso resultará em um aumento da dívida financeira e encargos financeiros insustentáveis para a SAD. Até o momento, mais de 200 milhões de euros foram antecipados pela Sagasta à SAD, com uma taxa de juros considerada elevada.
Essa situação tem gerado discórdia entre os adeptos do clube, uma vez que os milhões antecipados pela Sagasta trazem consequências financeiras graves para o FC Porto. Além disso, a compra de ações por parte do presidente dos dragões a menos de 30 dias da apresentação das contas pode configurar crime de abuso de mercado, podendo resultar em uma multa de até cinco milhões de euros.