Reação dos adeptos brasileiros mescla medo e esperança
A notícia da saída de Rúben Amorim do Sporting para o Manchester United a meio da temporada 2024/25 chegou inevitavelmente ao Brasil, onde o futebol português e os feitos do atual campeão nacional têm vindo a ganhar cada vez mais atenção. Segundo o correspondente de A BOLA no Brasil, João Almeida Moreira, a reação imediata dos adeptos brasileiros foi de medo e esperança. Os torcedores do Palmeiras, que têm Abel Ferreira como treinador, sentiram a mesma insegurança em relação à continuidade do seu técnico que os sportinguistas sentiam em relação a Amorim. Já os adeptos de outros clubes brasileiros, como Corinthians, São Paulo e Santos, viram na saída de Amorim um sinal do possível fim do domínio do Palmeiras no futebol paulista e brasileiro.
Amorim, um treinador «pouco comum» no futebol português
Amorim é visto como alguém «pouco comum no futebol português» desde que terminou a sua carreira de jogador. A única entrevista que concedeu, a um humorista, revelou mais sobre certos aspetos do futebol nacional do que qualquer conferência de imprensa. «Amorim teve liberdade de poder dizer as coisas como elas são, no tempo e formato que lhe assentavam na perfeição, e naquele seu jeito de rir ao falar de coisas sérias do futebol nacional», escreve o colunista.
Percurso marcado por desafios e surpresas
O percurso de Amorim no futebol português tem sido marcado por desafios e surpresas. Começou por desafiar a história do estagiário no Casa Pia e, posteriormente, surpreendeu ao não aceitar convites do Benfica e do Estoril, acabando por chegar ao Braga. Foi neste clube que o Sporting o foi buscar, e é agora na Pedreira que Amorim se despede do leão antes de rumar ao Manchester United, num desfecho que parece marcado pela ironia. No Sporting, Amorim ganhou uma nova dimensão, não só pelo primeiro campeonato conquistado, mas também pela forma como se afirmou. «Amorim rompeu preconceitos clubísticos e conceitos absurdos da comunicação desportiva vigente e, já agora, lançou discussão séria sobre a formação de treinadores», escreveu o colunista no final desse primeiro título.