A FIFA tomou uma posição clara no caso do jovem futebolista português Cardoso Varela, negando a sua inscrição num clube da 3ª divisão croata. Em comunicado, o organismo que rege o futebol mundial explicou as razões que o levaram a esta decisão, dando razão ao FC Porto e ao seu treinador André Villas-Boas na defesa do jogador.
Segundo a FIFA, existiam suspeitas de que o NK Dinamo Odranski Obrez, o clube croata em questão, funcionava como um «clube ponte», permitindo a «empresários disfarçar os pagamentos de comissões». Além disso, a FIFA considerou «muito suspeito» que o alegado pai de Cardoso Varela se tivesse «mudado subitamente para a Croácia em trabalho», tendo em conta que «nunca teve um papel presente na vida do jogador menor desde 2021».
Potencial de Cardoso Varela
A FIFA destacou ainda que o «potencial de Cardoso Varela, revelado não só nos escalões jovens do FC Porto, mas também nas seleções menores de Portugal, também não se coaduna, segundo a FIFA, com a transferência para um clube da 3ª divisão croata». Segundo o organismo, este tipo de esquemas é «adotado por outros agentes de futebol, apenas com o objetivo de garantir ganhos financeiros às custas de jovens menores com carreiras promissoras, por vezes até pondo em risco a vida desses jogadores».
Importância do jornalismo de investigação
Por fim, a FIFA sublinhou a importância do jornalismo de investigação na revelação de irregularidades neste tipo de esquemas. «Na sua decisão, a FIFA deu também especial importância às provas de irregularidades recolhidas e divulgadas por meios de comunicação um pouco por todo o Mundo, que têm vindo a cobrir o tema. E, nesse sentido, destacou a importância e o consequente poder do jornalismo de investigação para dissuadir esquemas ilegítimos desta natureza.»