Cheque sem provisão
A antiga administração do FC Porto, liderada por Pinto da Costa, emitiu um cheque de 510 mil euros à Câmara Municipal da Maia no dia 14 de maio, referente à segunda tranche da compra dos terrenos da nova academia dos dragões em Nogueira e Silva Escura. No entanto, segundo fonte da autarquia, esse valor não teve cobertura bancária.
O assunto foi abordado esta segunda-feira por Alexandra Carvalho, diretora do departamento de finanças da Câmara da Maia, em reunião do executivo. O presidente António Silva Tiago revelou que teve uma conversa com Pinto da Costa e Fernando Gomes, ex-administrador financeiro da SAD, sobre o tema. Recebeu a garantia de que o problema seria resolvido antes da nova administração dos azuis e brancos, liderada por André Villas-Boas, tomar posse a 28 de maio. Mas a «promessa dos antigos administradores dos dragões não foi cumprida», disse a mesma fonte da Câmara da Maia, e o cheque ainda não foi coberto.
Projeto em risco?
«Pinto da Costa garantiu mesmo que o assunto iria ser liquidado antes da nova administração entrar em funções, promessa que não foi cumprida», revelou fonte da Câmara da Maia.
Esta falha no compromisso pode tornar nulo o acordo entre a Câmara Municipal da Maia e o FC Porto e pode levar a que André Villas-Boas cumpra o seu desejo de cancelar este projeto e avançar com o Centro de Alto Rendimento no Olival. «Na eventualidade de este cenário se concretizar, a SAD do FC Porto iria reaver os 680 mil euros referentes à primeira tranche de 20 por cento do valor total», explicou a mesma fonte.
O processo de publicação da hasta pública em Diário da República antes de ser aprovada pela Assembleia Municipal também foi explicado por Alexandra Carvalho. Foi confirmado que essa ação só poderia ocorrer após a dita deliberação, pelo que todo o processo poderá traduzir-se num ato nulo, como o jornal A BOLA adiantara.
Francisco Vieira de Carvalho, autarca socialista, falou sobre o imbróglio do processo da academia portista, afirmando que o recurso ao tribunal só seria em última instância. «A primeira ação é convocar os seus pares para reunião urgente de Câmara; fala de falsificação de documentos e crime público.»