A administração atual do FC Porto revelou que a anterior Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do clube pagou 16 viagens e estadias de luxo aos antigos líderes da claque 'Super Dragões', Fernando e Sandra Madureira, bem como a familiares e amigos próximos, entre 2017 e 2024.
Segundo o Jornal de Notícias, a atual direção azul e branca descobriu a existência de faturas referentes a estas estadias em hotéis de luxo, em destinos como Ibiza, Formentera, Disneyland Paris, Sardenha, México, Brasil e Portugal. Estima-se que estes gastos possam ter chegado a cerca de meio milhão de euros.
Viagens «contra os interesses do Grupo FC Porto»
De acordo com o requerimento apresentado pelo clube, as 16 viagens e períodos de estadia «coincidiram com Natal, passagens de ano, férias de verão e outros períodos durante os quais não havia qualquer jogo» e «para destinos onde nem sequer houve jogos marcados».
De forma reiterada e contra os interesses do Grupo FC Porto, os arguidos Fernando Madureira e Sandra Madureira, bem como os seus familiares e outras pessoas próximas, beneficiaram de pagamentos feitos pelo Grupo que em nada se relacionavam com jogos ou mesmo com o universo FC Porto, lê-se no requerimento.
Novo processo após conclusão da Operação Pretoriano
Segundo o FC Porto, estes documentos só agora chegaram às suas mãos, apesar de a fase de inquérito da Operação Pretoriano, na qual Fernando Madureira é um dos arguidos, já ter terminado. Devido a este facto, o tribunal diz que estes novos elementos não podem ser ligados a este processo, mas podem dar azo à abertura de uma nova investigação onde o clube portista é o lesado.
Na passada terça-feira, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto começou a visionar as imagens de videovigilância do Dragão Arena, no âmbito da Operação Pretoriano, que tem entre os arguidos Fernando Madureira.
Operação Pretoriano
Neste processo da Operação Pretoriano estão em causa 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, durante a AG de 13 de novembro de 2023.