O antigo treinador André Villas-Boas fez declarações polémicas sobre o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, levantando preocupações acerca do fair-play financeiro da UEFA. Em entrevista à SIC, Villas-Boas recordou um episódio que marcou o afastamento da sua relação com Pinto da Costa: "Afastamo-nos quando vim jogar ao FC Porto com o Marselha. Confessei-lhe que achei incorreto não me ter recebido no Estádio do Dragão e as nossas conversações deixaram de ser fluídas. A relação sempre foi mais de gratidão e emoção transmitida pelo olhar (...) Sempre soube do meu desejo e intenção, algo que nunca escondi."
Villas-Boas também abordou as tendências de voto nas eleições do clube, destacando a importância do fator racional: "Acho que não há muitos indecisos. Existem pessoas que votam por gratidão, ainda ontem uma pessoa influente da sociedade portuense fez o apelo ao voto de gratidão, em vez do voto da razão e da modernidade para levar o clube até outro nível. O fator racional deve pesar e o FC Porto vive uma situação limite. Três campeonatos em 11 anos é pouco para a história que o presidente nos habituou."
Transparência e Fair-Play Financeiro da UEFA
Villas-Boas demonstrou preocupação com a situação financeira do FC Porto e criticou a falta de transparência em relação ao fair-play financeiro da UEFA: "Da informação que recolhemos sim. Haverá uma pena suspensa durante três anos. O presidente esconde aos sócios porque sabe que essa pena existe. É mais um fator de pressão para a nova direção. É preciso de disciplina orçamental para cumprir o regulamento da UEFA."
Contrato Comercial e Críticas
O antigo treinador levantou também críticas em relação ao contrato celebrado para a exploração comercial do Estádio do Dragão com a Ithaka, indicando que o clube está em incumprimento: "[O FC Porto] está em incumprimento, é a informação que temos. Haverá uma coima. Isto revela um presidente que esconde a realidade aos sócios, sabe que essa coima e suspensão existe, mas não quer dizer."
Questões Eleitorais
Villas-Boas apontou críticas a João Rafael Koelher, candidato a vice-presidente pela lista de Pinto da Costa, sugerindo que o presidente está refém de investidores: "Pinto da Costa está refém de João Rafael Koelher e da quantidade de investidores que empresta dinheiro ao clube. Este candidato Pinto da Costa não é o mesmo com a força, carisma e determinação que conhecemos. É outro, está refém deste fundo e destes investidores que lhe foram emprestando dinheiro para poder pagar salários, agentes e fornecedores."
Transparência e Mudanças Futuras
Villas-Boas prometeu uma abordagem transparente e regulamentação nas questões de violência na Assembleia-Geral e nas claques, caso seja eleito presidente do FC Porto. O candidato também expressou interesse em colaborar com outros clubes e manter-se envolvido nas decisões estruturantes do futebol português.
