O candidato à presidência do FC Porto, André Villas-Boas, fez declarações contundentes durante a apresentação da direção desportiva da sua lista. Villas-Boas expressou preocupações em relação a várias questões importantes para o clube, desde as decisões técnicas até à situação financeira e aos processos eleitorais em curso.

Preocupações com o Fair Play Financeiro

Villas-Boas abordou a questão do fair play financeiro, questionando a veracidade de um comunicado que alegadamente indicava incumprimentos da SAD em determinados períodos. Ele levantou a possibilidade de uma coima iminente e até mesmo uma suspensão, destacando a seriedade da situação. O candidato expressou inquietação com a venda de 30 por cento dos direitos comerciais do FC Porto para a Ithaka, apontando para uma possível falência operacional e criticando a pressa no processo. Ele enfatizou que vender algo sem necessidade e a apenas 10 dias das eleições é grave para os sócios.

Críticas à Política de Contratações e Formação

Além disso, Villas-Boas criticou a política de contratações do clube, descrevendo-a como "desastrosa" e favorecendo os interesses de agentes e intermediários. Ele apontou a falta de planeamento ao longo dos anos, resultando em saídas de jogadores a custo zero e contratações duvidosas. O candidato destacou a disparidade nos encaixes financeiros do FC Porto em comparação com os rivais, lamentando a falta de resultados positivos nesse sentido.

Na apresentação da sua estrutura do futebol, Villas-Boas fez um diagnóstico crítico da formação do FC Porto, apontando para a falta de planeamento e a gestão inadequada dos recursos do clube. Ele mencionou a saída de jogadores a custo zero, contratações questionáveis e o uso de intermediários como pontos problemáticos. O candidato sublinhou a importância de uma cultura formativa forte e de fornecer talento à equipa principal.

O Processo Eleitoral e a Estrutura Organizativa

Villas-Boas também abordou o processo eleitoral em curso, alertando para possíveis problemas operacionais com a renovação de quotas no dia das eleições. Ele destacou o apoio e compromisso das pessoas que o acompanham na candidatura, ressaltando a importância de uma transformação no clube. O candidato enfatizou a necessidade de uma votação correta e sem erros para garantir a representatividade dos sócios.

Em relação à estrutura organizativa do FC Porto, Villas-Boas defendeu a compatibilidade de Sérgio Conceição com o modelo existente, elogiando a força do ADN do clube. Ele destacou a importância de uma estrutura sólida para apoiar o treinador e ressaltou a oportunidade de honrar o legado do presidente Pinto da Costa com uma possível vitória no Jamor.

As declarações de André Villas-Boas refletem um candidato determinado a abordar os desafios e problemas enfrentados pelo FC Porto, desde questões financeiras até à gestão desportiva e estrutural do clube. A sua visão para o futuro do clube inclui uma abordagem mais estruturada e focada na formação de talentos, com o objetivo de fortalecer a equipa principal e garantir o sucesso a longo prazo.