No seguimento da Operação Pretoriano, que tem vindo a abalar o FC Porto nos últimos dias, dois dos arguidos, António Moreira de Sá e Tiago Aguiar, apresentaram-se hoje no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto para serem ouvidos. O primeiro interrogatório judicial dos 12 detidos estava marcado para ontem e continuará hoje.
António Moreira de Sá, associado do clube há 26 anos e fervoroso adepto do FC Porto, é acusado de ter agredido o sócio Henrique Ramos na assembleia-geral (AG) do clube. O seu advogado, Jorge Correia, afirmou que existem factos que precisam de ser explicados. 'Há situações anteriores que ajudam a explicar isto, coisas no início da própria assembleia-geral e que envolveram o engenheiro e a pessoa envolvida nas agressões', referiu.
Além disso, Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, e Fernando Saúl, oficial de ligação aos adeptos, também estiveram presentes no tribunal para prestar declarações. Ambos são suspeitos de participarem na orquestração do clima de intimidação e ameaças na AG. O advogado de Fernando Madureira, Miguel Marques Oliveira, confirmou que o seu cliente pretende prestar esclarecimentos, enquanto a advogada de Fernando Saúl, Cristiana Carvalho, afirmou que o seu cliente está disposto a esclarecer os acontecimentos na AG. O interrogatório dos arguidos deverá prolongar-se pelos próximos dias.
Esta operação tem gerado grande controvérsia e pode ter um impacto nas eleições do FC Porto que estão marcadas para abril. Álvaro Magalhães e Jorge Amaral, dois sócios do clube, têm opiniões divergentes sobre o assunto. Enquanto Magalhães acredita que tudo o que aconteça até às eleições terá influência, Amaral não associa estes atos isolados à figura de Pinto da Costa, mas admite que possam ajudar os outros candidatos. A candidatura de Nuno Lobo sugeriu o adiamento das eleições, mas tanto Magalhães como Amaral são contra, defendendo que a vida deve continuar e que adiar as eleições só causaria confusão.
A Operação Pretoriano continua a desenrolar-se e medidas de coação estão previstas para segunda-feira, após os interrogatórios dos arguidos.