Armando Evangelista não será (pelo menos que se saiba) especialista em arquitetura, mas a verdade é que o técnico ergueu em Famalicão uma autêntica muralha. Construção que, de tão sólida que está, mais parece um autêntico forte.
Falamos, naturalmente, de futebol e, neste caso concreto, dos méritos defensivos que o emblema minhoto tem conseguido na época em curso. Porque o Famalicão é a segunda defesa menos batida da Liga (tem apenas três golos sofridos, tantos quantos o FC Porto), registo que é somente superado pelo Sporting (os leões têm dois tentos consentidos). Ao fim de sete jornadas, significa que os famalicenses não têm, sequer, meio golo sofrido por jogo (média de 0,428).
Reformulação da retaguarda
A este facto deve ainda acrescentar-se um outro: a reformulação sofrida nos elementos da retaguarda relativamente a 2023/2024. Na temporada passada, quando chegou ao clube – liderou a equipa nos últimos nove jogos -, Evangelista utilizou vários jogadores tidos como fundamentais e que entretanto rumaram a outras paragens: Luiz Júnior (Villarreal), Nathan (Internacional), Martín Aguirregabiria (Cartagena) e Francisco Moura (FC Porto). A estes quatro devem juntar-se Enea Mihaj, Justin de Haas e Riccieli, três defesas-centrais que se mantêm no plantel e que também foram opção regular na época transata. O que significa que Ivan Zlobin (guarda-redes), Lucas Calegari (lateral-direito) e Rafa Soares e/ou Rodrigo Pinheiro (laterais-esquerdos) – agora titulares - são peças novas no xadrez do técnico. Ou seja, pensando num quinteto defensivo, estamos a falar de mais de metade de alterações. Algo que eleva ainda mais a excelência da eficácia à retaguarda.
Inviolabilidade da baliza
Os registos dos famalicenses voltaram a ser, neste capítulo, imaculados nos últimos dois jogos. O Famalicão empatou na deslocação ao terreno do Moreirense e na receção ao Nacional (0-0 em ambas as partidas), estando, por isso, a apenas um encontro de igualar o feito alcançado no início do campeonato: três jogos consecutivos sem sofrer golos – Benfica (2-0), Estrela da Amadora (3-0) e Boavista (1-0), período que ficou glorificado como o melhor arranque da história do clube no principal escalão do futebol português.
Teste de invencibilidade
A invencibilidade do conjunto de Vila Nova voltará a ser colocada à prova já na sexta-feira, aquando do duelo com o Rio Ave (20.15 horas), sendo que o regresso de Vila do Conde, além de mais pontos, poderá permitir o aumento da solidez da muralha entretanto edificada: em caso de vitória ou empate no reduto dos vila-condenses, (o arquiteto) Armando Evangelista chegará ao inédito quarto jogo consecutivo sem perder desde que chegou do comando técnico dos azuis e brancos do Minho.
