Uma contratação inesperada, mas ambiciosa
Pode-se dizer que foi «mais difícil do que o esperado», mas o Sporting lá conseguiu oferecer a Rúben Amorim o tão desejado ponta de lança para competir com o sueco Viktor Gyokeres. E foi já no último dia de mercado que anunciou a contratação do também nórdico (dinamarquês) Conrad Harder.
A novela foi longa e começou com a saída de Paulinho para o México. O grego Ioannidis e o brasileiro Vítor Roque, do Barcelona, foram os alvos do Sporting durante todo o verão, mas ambos falharam. Foi já nos últimos dias de mercado que o nome de Conrad Harder surgiu associado ao Sporting. Veio com surpresa e algumas incógnitas, mas acabou por ser a escolha final e o Sporting acabou a gastar 19 milhões de euros na sua contratação.
Quem é Conrad Harder?
Natural de Holte, distrito suburbano no município de Rudersdal, nos arredores do norte de Copenhaga, na Dinamarca, Conrad Harder Weibel Schandorf nasceu em 2005 e começou a sua jovem carreira na formação do KB (Kjøbenhavns Boldklub), onde jogou nos Sub-14, antes de se mudar para a importante academia do Nordsjaelland.
Aos 14 anos mudou-se para Farum, para representar o Nordsjaelland, e aí se começou a destacar, especialmente com o seu desenvolvimento físico ao longo da adolescência. Foi começando a despertar atenções, até por estar inserido num clube conhecido, especialmente nos últimos anos, pela sua forte aposta na juventude.
Uma jovem promessa internacional
Não foi, por isso, de estranhar que se estreasse pela equipa principal do Nordsjaelland no último jogo da época 2022/23, com 18 anos acabados de fazer, no empate com o Viborg (0-0). Curiosamente, nesse jogo defrontou o português Paulinho, ex-Torreense, Portimonense e Estrela da Amadora, entre outros.
Prova disso é que foi chamado regularmente pelo selecionador nacional dinamarquês de Sub-19 Morten Eskesen para a qualificação para o Europeu da categoria ao longo deste ano e acabou a época passada com um total de sete golos e uma assistência em 33 jogos. Isto fez com que o Nordsjaelland se apressasse a renovar-lhe contrato, no início do verão, até 2028, rejeitando, na altura, propostas na ordem dos seis milhões de euros pelos seus préstimos.
Uma aposta na verticalidade e no potencial
Um dos aspetos mais interessantes na contratação de Conrad Harder é, precisamente, o seu perfil de avançado, especialmente tendo em conta que, antes deste, o Sporting tentou a contratação de dois nomes completamente distintos: Fotis Ioannidis e Vitor Roque.
Forte fisicamente, capaz de criar para si próprio através de grandes arrancadas e com uma disponibilidade física e velocidade invejáveis, Harder foi prontamente comparado a Gyokeres e basta ver alguns dos seus jogos para ver as semelhanças. Ligeiramente mais baixo do que Gyokeres (cerca de 1,81 metros), Harder tem bastantes dificuldades no jogo aéreo, embora seja muito disponível para ajudar a equipa no capítulo defensivo. Além disso, a tomada de decisão e o capítulo do passe - percentagens de acerto baixas na época passada, tanto em passes longos, como curtos - parecem as suas maiores debilidades nesta fase da carreira, o que é muito influenciado pelos seus fortes e vontade de procura por um jogo rápido e vertical.
Uma transferência cara, mas com confiança no potencial
Agora, torna-se apenas o terceiro dinamarquês a jogar na história do Sporting e a segunda contratação mais cara da história dos leões, apenas ultrapassado por...Viktor Gyokeres, a sua principal concorrência a partir de agora e de quem será a «sombra».
Apesar disso, há uma forte convicção por parte do scouting do Sporting que terão encontrado o substituto natural para Gyokeres no espaço de um/dois anos e a aposta no seu potencial, como se vê nos valores envolvidos, é forte.