O jovem extremo português Francisco Conceição está a viver uma nova realidade ao serviço da Juventus, clube ao qual está emprestado pelo FC Porto. Conceição não esconde o desejo de se manter em Turim após o final da presente temporada.
Não me vejo aqui apenas de passagem. Não posso dizer muito, porque não me cabe a mim fazê-lo, mas gosto do projeto da Juventus, declarou Conceição em entrevista ao jornal 'La Stampa', deixando claro que pretende continuar na vecchia signora.
Inspirado no futebol de rua
O internacional português, de 21 anos, tem convencido nos primeiros meses ao serviço da Juventus, tendo já apontado dois golos e realizado três assistências em dez jogos. Conceição tem encantado os adeptos com as suas qualidades no um para um e revelou que se inspira no futebol de rua para a sua forma de jogar.
Inspiro-me no futebol de rua. Acho que as pessoas vão ao estádio para ver alguma fantasia, algo que lhes dê alegria. Thiago Motta pede-nos criatividade no último terço e diz que, dentro da estratégia coletiva, devemos aproveitar as nossas características individuais. O drible é a minha, explicou.
Pressão de jogar na Juventus
Conceição elogiou a liberdade criativa que o treinador italiano lhe dá, afirmando que dentro da estratégia coletiva, cada um é livre de tirar o máximo partido das suas próprias características. O extremo português garantiu ainda não se sentir intimidado com a pressão de jogar na Juventus, um dos clubes mais importantes do mundo.
Já estive no FC Porto e no Ajax, agora na Juventus. Clubes onde é fundamental ficar à frente da concorrência. Acredito plenamente que ganhar deve ser obrigatório. Para mim o futebol é tudo. O meu humor vai depender do que acontece dentro de campo. Muitas vezes não consigo separar e levo o nervosismo do jogo para casa, frisou.
Da sombra do pai para a seleção portuguesa
Antes de chegar à Juventus, Francisco Conceição viveu uma realidade diferente no FC Porto, onde foi treinado pelo pai, Sérgio Conceição. O jovem extremo descreveu essa experiência como uma honra e um fardo.
Foi uma honra. Não por ser meu pai, creio que os factos falam por si. Foi uma honra e um fardo. Não nego que não seja fácil tê-lo como treinador, mas serviu de empurrão, para provar todos os dias que não estava lá por ser filho do treinador. Cheguei à seleção sozinho, revelou.
Preparado para o dérbi de Turim
Apesar das dificuldades, Conceição mantém uma boa relação com o pai e continua a conversar com ele sobre os jogos na Juventus, embora Sérgio Conceição não aborde questões táticas ou estratégicas.
Falámos antes e depois de jogo, mas ele nunca aborda questões táticas ou estratégicas. Falamos sobre mim, sobre como me sinto, como devo encarar o desafio do ponto de vista mental, explicou.
Quanto ao próximo dérbi da cidade de Turim, entre a Juventus e o Torino, Francisco Conceição garante estar preparado. Em Portugal sabemos bem como são os dérbis. São jogos que valem por toda a temporada. Estou cá há pouco tempo, mas sei que contra o Torino é um desses jogos. Não é para jogar, é para ganhar, deixou.