Os dias são longos na Alemanha. Fazer a cobertura de um Europeu de Futebol significa começar muito cedo e acabar tarde. Como já foi dito, «quem corre por gosto não cansa» e, de facto, há poucos desafios na vida de um jornalista mais prazerosos do que a cobertura de um grande evento desportivo. São muitos dias, mas cada dia é diferente.
Ajuda, no caso de quem acompanha a Seleção Nacional, o facto de serem muitos os repórteres, videógrafos, fotógrafos, técnicos e produtores — numa conta de cabeça, cerca de 50 — que andam por Marienfeld e arredores, em busca de histórias que possam levar até Portugal muito do que por aqui se vai passando.
A A BOLA está instalada na bonita e pacata vila de Herzebrock, onde todos os restaurantes fecham cedo, algo ingrato para quem trabalha até tarde. Resta ir até Gutersloh, cidade ali a 10 quilómetros, com bastante mais vida e onde encontrar colegas a jantar tarde e a más horas é comum, mesmo sem combinar.
Esta segunda-feira, o Alex reuniu uns 25 colegas. Nos ecrãs, o jogo Croácia-Itália. Os croatas venciam e lançavam os italianos (como um dos melhores terceiros) no caminho de Portugal nos oitavos de final. Até que a squadra azzurra marcou já na compensação. «Gooollooooo!», ouviu-se em uníssono, em bom português. No final, abraços de alívio assemelhavam-se aos de uma vitória portuguesa, perante olhares de estupefação dos alemães que ali jantavam.