A recuperação sentimental de Paulinho no Sporting

Paulinho voltou a ser decisivo, ao marcar o único golo da vitória do Sporting frente ao Famalicão, num jogo difícil para os leões, que sofreram no final para segurar o resultado. Enquanto isso, a reabilitação do avançado mal-amado continua a toda a velocidade.

O golo que dá a vitória ao Sporting, o único, frente ao Famalicão, parece uma típica jogada de bola parada. Livre lateral nos minutos iniciais da 2.ª parte, Coates com os seus centímetros a ganhar a primeira bola e esta a seguir ainda mais para o coração da área, onde o avançado, Paulinho, emenda para a baliza.

Mas atentemos em João Paulo Dias Fernandes. No salto que o eleva bem mais alto do que os seus marcadores, a impulsão majestosa, uma vontade indómita de chegar àquela bola.

Há quanto tempo não se via assim Paulinho, abandonando o fatalismo, a cara de infortúnio a cada falhanço clamoroso? Ajuda este ataque mais incisivo, a chegada do tanque Gyokeres, que tudo arrasta, tudo leva à frente, mas não só. Aquele salto é de quem busca uma necessária e obrigatória reabilitação anímica, num campeonato que, já se viu, não está fácil para ninguém.

Paulinho é esse jogador. Foi dele o único jogo naquele maio de 2021 que tornou o Sporting campeão no meio de uma pilha de nervos. Com quatro golos em três jogos nesta liga, com um estádio que lhe canta a plenos pulmões o “Freed From Desire” adaptado ao mostrar da sua dentição, a recuperação sentimental do avançado João Paulo segue a ritmo emocionalmente sofrido, como é quase sempre quando o assunto é Sporting, mas também a alta velocidade.

E foi até um safanão a horas certas pouco depois do que parecia ser uma viagem de Paulinho a terrenos que ele conhece demasiado bem, mas para onde tenta não voltar: na 1.ª parte, não esteve fino no último passe, valha a verdade nem ele nem nenhum jogador do Sporting, que não conseguir aproveitar os poucos espaços que o Famalicão, que entrou sufocado na pressão leonina, mas muito seguro atrás, permitiu.

Na primeira titularidade de Hjulmand, o médio dinamarquês assumiu-se logo como uma espécie de bússola, a jogar simples, a tentar irromper pelo corredor central. Mas com os lances perdidos, meteu-se nervoso o jogo para os leões e penoso para as três equipas em campo no final da 1.ª parte, a permitirem e a promoverem momentos rasgadinhos, duros, com as paragens e os amarelos a sucederem-se, gente no chão, enfim, tudo aquilo que dizemos que não vende o futebol português.

Felizmente, toda a gente se portou melhor na 2.ª parte, onde primeiro momento de perigo até é dos forasteiros, com um lance na área de Cadiz. Pote levaria a bola ao ferro num livre direto momentos depois e seria também de bola parada que o Sporting chegaria ao golo.

Com as alterações de João Pedro Sousa, cumpriram-se então, e só então, as profecias de Rúben Amorim: os adeptos teriam de ser pacientes, porque o Sporting não estaria sempre por cima. Mas mesmo com mais bola, o Famalicão não conseguiu capitalizar o momento em oportunidades, com o Sporting também seguro defensivamente, embora com dificuldades a meio-campo. Os lances de maior perigo até seriam do Sporting, primeiro com um remate de meia-distância de Daniel Bragança (85’) e já nos descontos com Pote a não conseguir colocar um pontapé no coração da área, após Geny Catamo (boa entrada) ter brincado com os seus marcadores na ala direita.

Mas o Sporting sofreu. Como os três grandes têm sofrido sempre neste campeonato, onde ninguém vai passear. Isso, cá para nós, se ajudar à competitividade, são bons sinais. Para Amorim fica a satisfação de finalmente não ter sofrido golos, mas os leões falharam muito na 1.ª parte, num jogo que pedia eficácia. Ainda assim, o arranque segue vitorioso, também à boleia do renascimento de Paulinho.

Baixa no Boavista com lesão de Augusto Dabó

  1. Augusto Dabó lesionado com problema muscular
  2. Jogadores suspensos no último jogo: Pedro Gomes, Salvador Agra, Bruno Onyemaechi e Reisinho
  3. Médio Vukotic limitado durante a semana
  4. Treinador Petit lamenta ausência de Augusto Dabó

Treinador do AVS confia nas novas contratações para aumentar competitividade da equipa

  1. Daniel Ramos, treinador do AVS, afirmou que as novas contratações "vêm para acrescentar" e dão "mais competitividade" e "mais hipóteses de escolha" à equipa
  2. Aderllan Santos, ex-jogador do Rio Ave, foi contratado para reforçar a defesa central do AVS
  3. AVS passou a ter cinco centrais, o que permite continuar a jogar com três defesas
  4. Tiago Galleto é um "guerreiro com qualidade" e Lucas Fernandes "pode jogar num posicionamento mais ofensivo, tem chegada à área e golo"