Na sua tomada de posse como presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), realizada na Cidade do Futebol, em Oeiras, Pedro Proença afirmou que «chegou a hora de acabar com esta discriminação negativa, sem qualquer justificação» em relação ao IVA aplicado aos eventos desportivos, considerando que este se encontra «há demasiados anos» desalinhado com os restantes espetáculos em Portugal.
O novo líder máximo do futebol português assumiu que o seu programa eleitoral «não é para cumprir, mas para superar», garantindo que será construída «uma força coletiva sem precedentes na história desta instituição».
Pedidos ao Governo
Proença considerou «vital que o futebol português mantenha uma competitividade externa» e para isso defendeu a necessidade de um «choque fiscal forte», bem como a redução do IRS sobre os atletas de alto potencial abaixo dos 23 anos, de modo a «ter atrativos para manter os nossos jovens».
O gestor e antigo árbitro fez ainda vários pedidos ao Governo liderado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, destacando a necessidade de um «Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para as infraestruturas desportivas», considerando que a falta delas é «o maior fator crítico de crescimento» do futebol em Portugal. Proença lamentou ainda que os treinos das equipas femininas de escalões de formação sejam «muitas vezes atirados para horas tardias» devido à ocupação dos campos pelos rapazes, algo que disse não se conformar «se queremos apregoar que apostamos no feminino».
Eleições e Centralização dos Direitos TV
Nas eleições de 14 de fevereiro, Pedro Proença, de 54 anos, venceu com 62 votos (75%) entre os 84 delegados participantes, contra 21 (25%) do advogado Nuno Lobo, líder da Associação de Futebol de Lisboa (AFL) nos últimos 13 anos. O novo presidente da FPF agradeceu também aos seus adversários nas eleições, Nuno Lobo e Fernando Gomes, e reforçou a importância da centralização dos direitos audiovisuais para a competitividade do futebol português.
Proença estava a cumprir o terceiro e derradeiro mandato na Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), até 2027, mas despediu-se formalmente dos clubes na sexta-feira, em Assembleia Geral no Porto.
