O FC Porto anunciou hoje a concretização de uma operação histórica para o clube, com a colocação de 115 milhões de euros (ME) em obrigações no mercado norte-americano. Esta emissão, realizada através da sua subsidiária Dragon Notes, tem um prazo de 25 anos e uma taxa de cupão anual de 5,62%.
A operação foi feita por meio de uma colocação privada junto de investidores institucionais, de acordo com a informação prestada pelo clube à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Passo histórico para o FC Porto
«Esta é uma operação da qual nos orgulhamos muito, é um passo histórico para o FC Porto», destacou o presidente André Villas-Boas no sítio de internet dos 'dragões', acrescentando que a mesma é essencial para o clube «crescer a nível operacional, comercial e desportivo» e para «lidar com o dia a dia de outra forma».
Segundo Villas-Boas, esta emissão permite a extensão da maturidade média da dívida do clube e a redução do seu custo médio. «Esta operação foi também alicerçada na renegociação da parceria com a Ithaka concluída em agosto pelo atual Conselho de Administração», sublinhou a SAD portista.
Elevada procura e credibilidade reconhecida
O FC Porto congratulou-se com a elevada procura registada nesta emissão, que rondou os €170 milhões, bem como com a «elevada qualidade» dos investidores institucionais que participaram na operação. Isto é reflexo da qualidade de crédito da Dragon Notes, evidenciada pela notação de 'investment grade' (grau de investimento) atribuída pela agência de rating DBRS.
«É uma operação com a qual estamos muito satisfeitos. Foram sete largos meses de negociações com a banca internacional e é importante para nós termos a nossa credibilidade reconhecida enquanto clube, mas também enquanto administração», vincou André Villas-Boas.
Refinanciar passivo e financiar atividade global
Segundo a SAD liderada por Villas-Boas, esta emissão «destina-se a refinanciar o passivo existente e a financiar a atividade global do FC Porto» e representa «um passo decisivo na concretização da estratégia de financiamento» do clube.
«Esta operação vai permitir, sobretudo, a sustentabilidade do clube, não só a longo prazo, mas também a curto e médio prazo, nomeadamente para fazer face aos encargos financeiros que tem e para baixar o custo da dívida», assinalou Villas-Boas.
Dívida contraída para pagar dívida
«Em realidade, é uma dívida contraída para pagar dívida, mas que nos permite em linha com os próximos 25 anos crescer a nível operacional, comercial e desportivo, sobretudo», rematou o presidente do FC Porto.