Quando André Villas-Boas (AVB) deixou o FC Porto em 2011 para assumir o comando do Chelsea, Pinto da Costa preencheu o vazio deixado pelo técnico com a promoção de Vítor Pereira, então adjunto de AVB. Agora, com a possível saída de Sérgio Conceição (SC), AVB, na qualidade de CEO da SAD portista, parece inclinado a seguir o mesmo caminho, elegendo Vítor Bruno (VB) como o sucessor de SC.
Uma aposta de risco?
Uma aposta de risco num treinador sem experiência como número um, ao contrário de Vítor Pereira no momento em que assumiu o leme, pois já liderara equipas inclusive no segundo escalão. Mas alguma escolha para o lugar de SC escaparia a ser definida, à partida, como arriscada? Não vejo muitos nomes livres capazes de exibirem esse estatuto de indiscutíveis e ao alcance dos cofres (vazios) dos portistas.
A competência de Vítor Bruno
O grau de exigência de Sérgio Conceição, que alguns apelidam de «saudavelmente doentio», e as dinâmicas de trabalho que nem todos mostram ter pedalada para acompanhar, são o primeiro sinal de competência de VB. Desde sempre que o técnico de 41 anos, filho de Vítor Manuel, senhor do mesmo ofício, é adjunto de SC, trajeto iniciado no Olhanense em 2012. «Se fosse incompetente, a colaborar com alguém tão exigente rapidamente ficaria fora do prazo de validade», afirma a fonte.
A experiência de Vítor Bruno
Sete temporadas nos dragões, a trabalhar diariamente como braço direito do treinador mais vitorioso da história do FC Porto, agora que os adjuntos há muito deixaram de servir só para carregar cones e coletes ou fazerem uma perninha nos treinos se faltarem peças, são «cartão de visita importante que AVB deverá ter lido enquanto recolhia informações de fontes seguras do Olival».
Aceitação no balneário
Com o regresso de Jorge Costa no papel de responsável pelo futebol profissional, qualquer que seja o eleito para substituir SC terá a vida facilitada por razões óbvias. «O processo que eventualmente redundará na chegada de VB, a perceção que o balneário tenha da lisura do novo líder em relação ao anterior, se houve ou não traição, determinará se será ou não bem aceite. É no julgamento desse tribunal — Francisco Conceição estará longe de ser o único juiz... — que se jogará parte fundamental da época. E AVB está obrigado a ter isso em conta...», refere a fonte.
O resto, se haverá evolução na continuidade ou rotura com o passado na forma de jogar, é talvez o problema mais simples de resolver em período tão complexo dos azuis e brancos. E nunca será por falta de conhecimento dos méritos e limitações do plantel que VB falhará.
