O ambiente eleitoral no Futebol Clube do Porto está cada vez mais intenso, com Pinto da Costa e André Villas-Boas a trocarem críticas e propostas para o futuro do clube. As eleições, marcadas para o dia 27 de abril, têm sido palco de confrontos e declarações polémicas entre os dois candidatos.
Pinto da Costa reafirma compromisso com independência do clube
Pinto da Costa, que está no 15.º mandato consecutivo e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, reafirmou o seu compromisso em não deixar o FC Porto refém de fundos de investimento. Em entrevista à SIC, o presidente portista garantiu que o clube não será influenciado por interesses externos, afirmando: «Claro que não. Isso era um absurdo. Um indivíduo empresta dinheiro ao FC Porto, o FC Porto precisa do empréstimo e é altamente beneficiado com o pagamento de juros que já está a pagar e eu vou agora desconfiar de quem me ajuda? Não falta a quem esse fundo queira emprestar dinheiro bem mais alto».
André Villas-Boas destaca força da sua candidatura
Por sua vez, André Villas-Boas, ex-treinador do FC Porto e candidato às eleições para a presidência do clube, respondeu às críticas de Pinto da Costa, destacando a força da sua candidatura e o incómodo que esta tem causado aos poderes instalados e aos interesses alheios ao FC Porto. Villas-Boas afirmou: «Tenho construído esta candidatura de uma forma sólida e criteriosa nos últimos dois anos. Portanto, tenho sentido o apoio dos adeptos portistas cada vez mais forte, uma vontade de mudança cada vez mais forte. O FC Porto não pode continuar a ser o quintal que é para algumas pessoas. Isso, no fundo, traduziu-se nos últimos anos da gestão de Pinto da Costa».
Discussão sobre direitos televisivos agita debate eleitoral
A troca de acusações e propostas entre os dois candidatos tem sido intensa, com Pinto da Costa a criticar a postura de André Villas-Boas em relação aos direitos televisivos do clube. Em resposta, Villas-Boas defendeu-se, apontando a centralização dos direitos televisivos a partir de 2028 e acusando Pinto da Costa de desatualização: «Os direitos televisivos serão centralizados a partir de 2028 e, se calhar, o presidente Pinto da Costa ainda não se apercebeu disso. Portanto, a centralização entra em vigor a partir de 2028, faltará decidir a chave de repartição, que é um momento importante onde todos os clubes devem discutir relativamente ao futuro. E penso que há aí alguma desatualização de informação relativamente a isso. De todas as formas, é mais uma declaração infeliz e que não corresponde à verdade».
A gestão do FC Porto e a relação com os fundos de investimento têm sido temas centrais nesta campanha eleitoral. Pinto da Costa destacou a importância de manter o clube independente de influências externas, enquanto Villas-Boas enfatizou a necessidade de mudança e de uma gestão mais transparente e eficiente. As eleições no FC Porto prometem ser decisivas para o futuro do clube e para a definição do seu rumo nos próximos anos.