Angelino Ferreira, candidato à presidência do Conselho Fiscal e Disciplinar pela lista de André Villas-Boas, fez declarações preocupantes sobre a situação financeira do clube durante um evento no Auditório da Biblioteca Municipal de Felgueiras. Ferreira destacou a desestruturação e desequilíbrio da operação financeira do clube, enfatizando a necessidade de encontrar soluções para os problemas enfrentados.
Desafios Financeiros do Clube
Angelino Ferreira apontou a preocupação com os défices consecutivos gerados pela operação financeira do clube, destacando a disparidade entre custos e receitas. «A situação do clube é preocupante, porque temos uma operação que está desestruturada, é desequilibrada e vai gerando consecutivos défices. Comparando com a nossa casa, quando temos 100 de custos e 50 de receitas, somos obrigados a recorrer ao banco para cobrir este défice. A nossa operação financeira é realmente desequilibrada, porque temos um excesso de custos, que derivam de um conjunto de operações e custos que temos na esfera de contratações de jogadores», explicou Ferreira.
O candidato também destacou os custos financeiros significativos que o clube enfrenta: «Custos financeiros de 25/26 milhões de euros por ano. É o que pagamos de juros da dívida financeira que o grupo contraiu. Este valor daria para contratar jogadores. O passivo é de 500 milhões. Temos 315 milhões de euros de dívida financeira, mas depois temos a outra. Temos uma dívida com agentes de jogadores na ordem dos 26 milhões. São as comissões que temos de pagar a agentes. Tenho ouvido dizer que alguma dívida tem garantias. Mas ela é toda para pagar. Quer aos fornecedores, quer aos credores que estão à espera de receber as quantias que têm a receber. A dívida são os 500 milhões e tem de ser paga. Estão a interrogar-se como vamos sair? Teremos de encontrar soluções, que não fáceis, mas por isso é que estamos cá."
Desafios de Exploração Deficitária
Angelino Ferreira expressou a dificuldade de lidar com uma exploração deficitária: «A exploração do grupo é deficitária, os custos são superiores à receita e este défice tem de ser pago com recursos próprios, que não temos hoje em dia. Quando os capitais próprios são negativos, quer dizer que o dinheiro colocado pelo clube no capital social, bem como os outros acionistas, já desapareceu. Daí dizer-se que os capitais próprios são negativos. Os capitais dos acionistas que foram colocados na sociedade já foram consumidos. Os números falam por si. Temos de perceber o que vai estar por trás dos números. Temos de olhar para esta situação difícil e tentar superá-la.»
Mensagem de Confiança e Apelo à União
Ferreira concluiu com uma mensagem de confiança e apelo à união para superar as dificuldades: «A situação, infelizmente, não é nada brilhante, antes pelo contrário. Mas com o esforço de todos, e contámos com o vosso contributo, vamos conseguir superar estas dificuldades.» As declarações de Angelino Ferreira refletem a preocupação com a situação financeira do clube e a necessidade de encontrar soluções para garantir a sua estabilidade e sustentabilidade no futuro.