Rui Costa, presidente do Benfica, abordou o impacto do caso 'Saco Azul' no clube durante a audiência em tribunal. “Quando o caso foi tornado público, sentimos mais revolta do que preocupação, até porque sabemos que muitas vezes isto se reflete em campo. A revolta foi grande internamente, mas o foco passou a ser dentro do campo”
, explicou Costa. Esta declaração ressalta a preocupação do clube com a possível influência negativa que o caso poderia ter sobre a performance da equipe dentro de campo.
O presidente do Benfica também expressou o receio de que os árbitros pudessem ser influenciados por este escândalo: “Tememos o medo que os árbitros poderiam ter a apitar jogos do Benfica”
. Essa afirmação destaca a tensão que o caso gerou dentro e fora dos relvados, indicando que a integridade dos jogos poderia estar em risco.
Contratos Sob Suspeita
Sobre os contratos sob suspeita, Rui Costa reafirmou a confiança que existia nas pessoas responsáveis por estes acordos: Existia confiança
. Apesar das incertezas, ele acredita que os contratos eram “úteis e importantes para o clube”
. Contudo, admitiu que “muitos dos contratos eram assinados sem passar pelo Conselho de Administração”
. Essa revelação levanta questões sobre a governança dentro da SAD do Benfica e a autonomia de certos indivíduos, como Miguel Moreira, que durante o processo foi mencionado como alguém que autuava com a sua própria autoridade.
A situação torna-se ainda mais complexa quando Costa afirma: “Grande parte desses contratos passava pelo Miguel Moreira, ele tinha autonomia, o Luís Filipe Vieira [presidente do clube à data dos factos] não tinha conhecimentos de tecnologia informática (IT)”
. Este comentário sugere que a falta de uma supervisão adequada pode ter contribuído para a criação de um clima em que práticas questionáveis poderiam acontecer sem o devido controle.
Depoimentos Reveladores
Durante o julgamento, um dos acusados, José Bernardes, representante da empresa QuestãoFlexível, declarou que suas interações eram sempre com Miguel Moreira, enfatizando que nunca esteve com Luís Filipe Vieira. Bernardes afirmou: “Relativamente a contratos, falava sempre com Miguel Moreira”
. Essa aseveração apresenta um elo direto entre as práticas suspeitas e a gestão do clube, minando ainda mais a defesa do ex-presidente Vieira e colocando em dúvida a legitimidade das transações realizadas.
O caso 'Saco Azul' envolve um alegado esquema de pagamentos fictícios a uma empresa de informática externa ao grupo Benfica, no valor que ultrapassa 1,8 milhões de euros. Esta questão é central no julgamento criado em Lisboa, o qual busca esclarecer a verdadeira natureza dos acordos estabelecidos pela SAD do Benfica.
Consequências Legais
Vale salientar que a acusação contra Luís Filipe Vieira inclui crimes sérios, como três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento, além de coautorias com a empresa QuestãoFlexível, cujo proprietário se vê envolvido em acusações de branqueamento de capitais. A Benfica SAD, além disso, está acusada de dois crimes de fraude fiscal qualificada e a Benfica Estádio de um crime de fraude fiscal e 19 de falsificação de documento.
Como se desdobrará o julgamento do caso 'Saco Azul' e qual será a repercussão nas atividades do clube continua a ser um tema de grande interesse nacional. Rui Costa e os outros envolvidos terão que lidar com as consequências dessas acusações nos próximos tempos. A próxima audiência está marcada para o dia 08 de maio, onde mais declarações, incluindo de Luís Filipe Vieira, devem ser aguardadas com expectativa.