Uma secção de triatlo de sucesso
Numa época em que os holofotes estão voltados para os grandes clubes e atletas, há histórias inspiradoras de pequenos clubes que conseguem alcançar feitos notáveis. Uma delas é a do Clube de Natação de Torres Novas, um clube centenário com uma secção de triatlo que se destacou ao nível internacional.
A secção de triatlo do Clube de Natação de Torres Novas surgiu em 2009, impulsionada por atletas e treinadores locais. Começou com apenas duas atletas, mas rapidamente se expandiu e se tornou um dos principais polos de formação de triatletas em Portugal.
O crescimento e os resultados
«Começámos com duas atletas, a Mariana Correia e a Joana Miranda, ambas ainda ligadas ao clube», recorda o treinador Paulo Antunes, o principal rosto por trás do sucesso do clube. Sob a sua liderança, a secção cresceu exponencialmente, contando atualmente com 75 atletas, entre a escola e a elite.
Os resultados não tardaram a aparecer. «Os resultados foram começando a aparecer, fruto da dedicação dos atletas, dos pais dos atletas e dos pais do treinador também», sublinha Antunes. Ao todo, 21 atletas formados no clube já representaram Portugal, com mais de 300 internacionalizações e um impressionante palmarés: dois títulos mundiais de juniores, nove medalhas de ouro, 15 de prata e 16 de bronze em competições internacionais.
O caminho para os Jogos Olímpicos
O ponto alto desta história chegou com a qualificação de dois atletas do clube para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: Ricardo Batista e Maria Tomé. «Vendo todo o trajeto percorrido, poder estar com eles neste palco é algo incrível. Nem preciso de pensar no dia das provas, o trajeto foi longo e é incrível», orgulha-se o técnico Paulo Antunes.
Segundo Antunes, o objetivo de chegar aos Jogos Olímpicos nunca foi uma obsessão, mas sim um sonho alcançado. «Nunca coloquei grandes objetivos, para que os atletas não se frustrarem com os resultados. Só falámos dos Jogos Olímpicos com o Ricardo depois de ele ter vencido o título mundial júnior, em 2019», revela.
O orgulho da cidade
A presença de atletas do Clube de Natação de Torres Novas nos Jogos Olímpicos é motivo de grande orgulho para a cidade. «Torres Novas olha para o triatlo como uma bandeira e eu fico muito satisfeito por ver esse orgulho. Dá-me um sentimento de dever cumprido», afirma Paulo Antunes.
Apesar dos inúmeros sucessos, o técnico lamenta a falta de atenção mediática dada ao clube. «O Torres Novas pode ter uns resultados muito bons, mas se fosse um atleta do Benfica haveria uma exposição mediática muito maior. E só isso faz com que nos sintamos pequenos, querendo ser grandes, e já conseguindo resultados enormes», conclui.
O futuro promissor
Com a presença histórica de atletas do Clube de Natação de Torres Novas nos Jogos Olímpicos de 2024, o técnico Paulo Antunes não tem dúvidas de que a cidade tem condições para continuar a produzir grandes talentos para as edições futuras da maior competição desportiva do mundo.
A história do clube é um exemplo inspirador de como o trabalho árduo, a dedicação e o espírito de equipa podem levar um pequeno clube a alcançar feitos extraordinários, mesmo em um cenário desportivo dominado pelos gigantes. É uma prova de que os sonhos olímpicos podem nascer em qualquer lugar.