Na manhã desta quinta-feira, no Tribunal São João Novo, no Porto, decorreu a quarta sessão do julgamento da 'Operação Malapata', que tem como principal arguido César Boaventura. Durante o depoimento de algumas testemunhas, surgiram informações importantes sobre o caso.
Uma das questões que se destacou foi a ausência de Gedson Fernandes como testemunha. Segundo o material de referência, o antigo jogador do Benfica, agora a atuar pelo Besiktas, da Turquia, ainda não foi notificado para comparecer em tribunal. Isso causou um atraso no andamento do julgamento, uma vez que estava previsto que Gedson testemunhasse nesta quinta-feira.
Outro ponto importante abordado no julgamento foi a confusão na representação de Tomás Araújo, jogador do Benfica. O pai do atleta, Manuel Araújo, relatou uma alegada fraude por parte de César Boaventura, que abordou o jovem jogador em 2020, na altura com 17 anos, com a promessa de agenciá-lo para o Watford, alegando interesse do clube inglês. No entanto, Manuel Araújo acabou por descobrir indícios de fraude, o que levou à abertura deste processo.
Durante o depoimento de Manuel Araújo, foram revelados detalhes sobre as negociações e a intervenção de Boaventura. Segundo o material de referência, o empresário apresentou contratos e documentos assinados por outros jogadores para dar credibilidade aos negócios, incluindo um documento assinado por Gedson Fernandes. No entanto, posteriormente, descobriu-se que esses documentos eram falsos, o que levou Manuel Araújo a acreditar que tinha sido vítima de fraude.
Além disso, outras testemunhas também prestaram depoimento no julgamento. Ali Barat, empresário e dono da empresa de agenciamento de jogadores Epic Sports Football, relatou reuniões com César Boaventura, nas quais o empresário acreditava estar a representar Gedson Fernandes. No entanto, posteriormente, Barat descobriu que os documentos apresentados por Boaventura eram falsos e exigiu o retorno do dinheiro investido.
Rémulo Marques, diretor desportivo do Camacha e antigo diretor de futebol do Zimbru, clube ligado a Boaventura, também prestou depoimento. Segundo o material de referência, Marques esclareceu que Boaventura tentou mediar transferências de jogadores, mas houve problemas relacionados com prémios monetários que nunca chegaram às equipas envolvidas.
O julgamento da 'Operação Malapata' continua a decorrer e espera-se que mais detalhes sejam revelados nos próximos dias. Este caso tem despertado grande interesse no mundo do futebol em Portugal, uma vez que envolve figuras importantes do desporto e levanta questões sobre a prática de agenciamento de jogadores.