O Sporting mudou muito em apenas 20 dias, entre a goleada sobre o Manchester City e a derrota diante do Arsenal? Uma análise aos números dos dois jogos, cedidos ao Maisfutebol pelo SofaScore, mostra que não, o essencial não mudou. O que esteve na origem da diferença foi a abordagem: Rúben Amorim foi muito mais cauteloso do que João Pereira, que quis ser melhor do que o Arsenal no campo deles.
A posse de bola
O Sporting teve 52% de posse de bola no jogo com o Arsenal, o que significa até mais bola do que o adversário. Já com o Manchester City apenas conseguiu 27% de posse. Como Rúben Amorim revelou, o treinador deu todo o domínio do jogo à equipa de Guardiola, recuou as linhas, manteve os jogadores sempre próximos e procurou sobretudo jogar em contra-ataque, através de lançamentos longos para a profundidade de Gyökeres.
Já João Pereira quis jogar de igual para igual, discutiu a posse de bola, quis manter os jogadores abertos para receber e com isso criou demasiados espaços dentro da equipa, que o Arsenal aproveitou como tão bem sabe fazer. Com o tempo, na primeira parte, os jogadores começaram a perder-se em campo e deixaram de saber ocupar os espaços. O que tornou o Arsenal ainda mais forte, ainda melhor.
Os passes certos
Um bom exemplo dessa diferença são os passes certos efetuados em meio-campo adversário. Frente ao City, o Sporting fez 47, contra o Arsenal fez... 194. O que significa quatro vezes mais. Aliás, o Sporting rematou mais esta terça-feira (19 vezes) do que há três semanas (9 vezes), tendo até rematado mais dentro da área também (9 contra 8 com o City). Apesar disso, fez menos golos (1 contra 4) e criou menos ocasiões de golo (0 contra 6).
A abordagem
Frente à equipa de Guardiola o Sporting atacou menos, mas atacou com mais certezas, em momentos específicos de ataques rápidos, explorando os espaços que o balanceamento ofensivo do City ia abrindo. Ao querer jogar de igual para igual com o Arsenal, por outro lado, o Sporting de João Pereira sofreu golos cedo, cometeu erros de marcação, não conseguiu ser tão eficaz na pressão durante a primeira parte como o adversário e frustrou os próprios jogadores, que sofreram um «banho de realidade» num momento em que estavam cheios de confiança.
O que ajuda a perceber a diferença entre um resultado e o outro. O resto, como referiu o próprio Rúben Amorim, a sorte (ou falta dela) explica.