Início conturbado da década
No início da década, o Sporting viveu um período agitado, com a saída de jogadores de topo como Quaresma, João Pinto e Jardel, após a conquista do campeonato em 2001/02. Na altura, a dupla de centrais André Cruz e Phil Babb também deixou o clube, e o Sporting iniciou um longo jejum de títulos.
Agora, a saída de Coates coloca o clube numa situação semelhante. O central uruguaio, que chegou a Alvalade há seis anos, foi uma das vítimas do ataque à Academia de Alcochete em 2018, mas manteve-se fiel ao clube e ajudou na sua reconstrução. «Coates saiu e o Sporting não perde apenas o capitão, perde um líder. O líder da equipa», afirma o comentador.
O papel de Frederico Varandas e Rúben Amorim
Apesar do grande trabalho da administração de Frederico Varandas, que «assumiu o clube talvez no período mais crítico da sua centenária história e num ápice não só o estabilizou como o tornou mais forte», a figura central do Sporting atual é o treinador Rúben Amorim. «O novo Sporting confunde-se com o treinador, apesar do grande trabalho da Administração de Frederico Varandas», destaca o texto.
Nos últimos quatro anos, o Sporting conquistou dois campeonatos, um feito que os adeptos consideram insuficiente, exigindo agora o bicampeonato. «A fasquia está, pois, alta, até porque se sabe bem o poder da concorrência, que tem repartido o domínio nos últimos 40 anos, nos quais o Sporting apenas conquistou quatro campeonatos», refere o artigo.
A saída de Coates e o futuro do Sporting
A saída de Coates surge no seguimento de outras partidas importantes, como as de Adán, Neto e Paulinho. Esgaio é agora o único jogador com mais de 30 anos no plantel, e a sua experiência pode ser decisiva. O artigo traça um paralelo com o início do século, quando a dupla de centrais André Cruz e Phil Babb saiu após a conquista da dobradinha, e o Sporting iniciou um jejum de títulos.
«Coates sai de Alvalade como uma referência e deixa, inevitavelmente, a equipa órfã. Compreendo os motivos do central e é fácil perceber que não resistiu ao chamamento da família e que tenha optado pelo reencontro com as raízes. Percebo também o clube, que, perante tudo o que foi descrito, não podia dizer não ao uruguaio. Mas considero que a saída pode ser problemática para os leões. Por todo o peso dentro das quatro linhas e por muito do que representava no clube», conclui o texto.