O julgamento da Operação Pretoriano, que se realizou em novembro de 2023, levanta questões graves sobre a segurança e a intimidação dentro do FC Porto. Durante a Assembleia Geral (AG), um subintendente da Polícia de Segurança Pública (PSP), Pedro Filipe, revelou que o clube não solicitou policiamento para o interior do pavilhão Dragão Arena. Segundo Filipe, “a nossa preocupação foi assegurar o policiamento no exterior. Não sugerimos polícia para o interior porque era um ato privado; esse pedido teria de partir do FC Porto. Penso que não seria da competência de Carlos Carvalho, chefe da segurança do clube, decidir isso, teria de vir da parte da administração”
.
A mudança do local da reunião para o interior do recinto também suscitou preocupações. Filipe comentou: “eles mudaram de local pelo interior do estádio e, portanto, só me apercebi pelas declarações de André Villas-Boas à comunicação social. A assembleia começou quando ainda estavam mil pessoas na fila”
. Esta alteração de última hora não foi comunicada à polícia, resultando em episódios de ameaças e insultos
já na chegada de Filipe ao pavilhão.
Ambiente de Intimidação Durante a AG
O clima de tensão não se limitou ao policiamento exterior. Várias testemunhas relataram um ambiente de intimidação durante a AG. Pedro Oliveira, um associado do clube, destacou a postura dos membros da direção do FC Porto: “de perna cruzada, sem fazerem nada”
, o que apenas aumentava a sensação de insegurança entre os presentes. A falta de ação dos dirigentes em momentos críticos contribuiu para uma atmosfera de receio.
Além disso, a presidente do coletivo de juízes manifestou uma opinião negativa em relação a um requerimento da defesa dos arguidos 'Aleixo', que solicitava o afastamento de Henrique Ramos, assistente do processo, devido a alegadas ameaças à porta do tribunal. Este fator adiciona uma camada adicional de complexidade ao caso, refletindo a insegurança que permeia o clube.
Consequências e Responsabilidades da Administração
Os doze arguidos da Operação Pretoriano, entre eles Fernando Madureira, antigo líder dos Super Dragões, enfrentam um total de 31 crimes, incluindo coação e ofensa à integridade física. Neste contexto, a segurança, tanto dentro como fora do clube, está em foco, assim como a responsabilidade da administração do FC Porto. A forma como a administração lida com estas tensões, especialmente em períodos pré-eleitorais, é crucial.
Esta situação evidencia a urgência de implementar medidas de segurança mais robustas e a necessidade de uma postura mais proativa por parte da direção do FC Porto na proteção dos seus associados durante eventos oficiais. Com a operação em curso desde março, as repercussões desta Assembleia Geral irão continuar a ser desdobradas nos tribunais e a impactar a comunidade do futebol.