Frederico Varandas, presidente do Sporting, não poupou críticas ao sistema de arbitragem português e à cultura instalada no futebol nacional durante a Cimeira de Presidentes da Liga Portugal. As suas declarações realçam uma perspetiva de mudança e confrontam diretamente as alegadas dependências passadas do sistema de arbitragem.
Varandas fez questão de sublinhar a mudança no paradigma da arbitragem, agora sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. ““Sobre o Sporting 'dominar isto tudo', só tenho a dizer o seguinte: hoje, a arbitragem e Conselho de Disciplina estão debaixo da FPF, que veio a eleições. O Sporting apoiou a candidatura de pessoas que considera íntegras, sérias e incorruptíveis. Mas não foi só o Sporting, o Benfica apoia esta Direção, o FC Porto apoiou esta Direção, o Pedro Proença ganhou com 75%.””
, afirmou o presidente leonino, vincando que esta situação ““vem do histórico e da nossa cultura.””
Equidade e o Erro Humano
A questão da equidade nas competições foi central na intervenção de Varandas. O presidente do Sporting defendeu que, num sistema íntegro, o erro humano, que sempre existirá, será distribuído de forma uniforme. ““Antigamente, esse erro prejudicava o Sporting numa proporção de 1/5 para os nossos rivais.””
, declarou, levantando sérias questões sobre a imparcialidade do sistema em tempos passados.
Esta perspetiva sugere que a integridade do sistema de arbitragem é fundamental para garantir a justiça desportiva e evitar que alguns clubes sejam sistematicamente prejudicados em detrimento de outros.
A Polémica Matheus Reis e César Boaventura
Frederico Varandas abordou também a polémica envolvendo Matheus Reis e a denúncia de César Boaventura. O presidente do Sporting descredibilizou a acusação, focando-se na figura do denunciante. ““Sei que houve um senhor que fez uma denúncia sobre o Matheus Reis, esta, para mim, é a cereja no topo do bolo. Quem é César Boaventura? É um agente de futebol que acabou de ser condenado por corrupção desportiva.””
, salientou Varandas.
Varandas foi ainda mais longe nas suas críticas a Boaventura, referindo que este ““Corrompeu adversários do Benfica para perderem jogos contra o Benfica. Isto é uma maravilha e não podiam ter escolhido melhor cereja no topo do bolo, para terminar com esse assunto.””
. A indignação de Varandas face a esta situação reflete o clima de tensão no futebol português e a forma como as acusações são percecionadas.
Ao questionar a credibilidade de César Boaventura, Varandas não só defende o seu jogador, como também lança uma sombra sobre a própria denúncia, insinuando que a mesma poderá ser motivada por interesses menos lícitos.
O Fim dos “Donos” do Futebol Português?
Para concluir, Frederico Varandas partilhou a sua visão sobre o atual panorama do futebol português, caracterizando-o como um momento de mudança. ““Hoje, a arbitragem e o Conselho de Disciplina estão sob a Federação Portuguesa de Futebol. O que está em causa é algo extraordinário. Vem do histórico e da cultura dos últimos anos. O futebol português teve dois donos, entre FC Porto e Benfica, como o caso do Apito Dourado. Para mim, agora não há dono nenhum. Os órgãos não se deixam condicionar e que são independentes de qualquer presidência.””
, afirmou o presidente sportinguista.
Esta declaração de Varandas aponta para o fim de uma era em que, segundo ele, o futebol português era dominado por apenas dois clubes. A sua perspetiva é de que o atual sistema, sob a égide da FPF, garante maior independência e imparcialidade, abrindo caminho para uma competição mais justa e transparente para todos os intervenientes.