Marcou positivamente os adeptos
Apesar de não ter sido titular indiscutível no FC Porto, Steven Defour deixou uma marca positiva nos adeptos e é ainda hoje visto como um exemplo de profissionalismo. O antigo internacional belga representou os azuis e brancos entre 2011 e 2014, enfrentando uma concorrência de peso no meio-campo, composto por Fernando, Lucho González e João Moutinho, uma combinação que conferia criatividade e solidez à equipa.
«Vou estar em estúdio a comentar o jogo para um canal de televisão local», informa-nos Defour, que é muito requisitado por rádios e canais televisivos. O cruzamento de duas equipas que representou, FC Porto e Anderlecht, e pelas quais nutre grande carinho, fá-lo ter uma posição neutra. «Espero e fico a puxar por um espetáculo bonito e bem disputado», atira, não se alongando sobre a crise no FC Porto.
Chegada ao FC Porto
Recorda a A BOLA a sua contratação pelo FC Porto. Chegou como um dos grandes nomes da seleção da Bélgica e do Standard de Liège, mas «ainda não era o verdadeiro Defour. Não estava a 100 por cento fisicamente, mas a nova direção do Standard queria que todos os jogadores da direção anterior partissem. Queriam fazer dinheiro com jogadores como Witsel, Carcela, Mangala e eu», rebobina a fita desses dias conturbados.
«Batalhava com uma lesão no ombro e cheguei para substituir o João Moutinho. Sucede que o Moutinho não foi para o Tottenham, como se previa e me tinham dito. No início, joguei muito e pensei que tinha feito a transferência ideal, mas depois comecei a ter menos tempo de jogo. No final, foi isso que me faltou um pouco no FC Porto: a continuidade. Mas, no geral, passei um bom bocado no FC Porto», afirma.
Saída do FC Porto
Em 2014, Defour foi transferido para o Anderlecht por €6 milhões, onde permaneceu durante pouco mais de duas épocas antes de rumar ao Burnley, de Inglaterra. A sua carreira como jogador encerrou-se no KV Mechelen, em 2020/21, clube onde também deu início à sua trajetória como treinador, onde permaneceu até à época passada.
«Não estava de todo infeliz no FC Porto, mas queria jogar mais. Foram bons tempos lá, mas queria mais», diz, orgulhando-se de ainda falar um pouco de português, apesar de o utilizar ocasionalmente em contactos com os antigos companheiros nos azuis e brancos: «Volta e meia falo ou escrevo uma mensagem, ou comentário no Instagram. Ainda mantenho um pouco o meu português. Quando começo a falar, o português volta rapidamente», comenta, entre sorrisos.
Negociação da saída
Foi graças à intervenção do agente Luciano D'Onofrio, também muito próximo de Sérgio Conceição e de Pinto da Costa, que Defour saiu do FC Porto. Mas não foi um parto fácil: «Foi logo após o Campeonato do Mundo de 2014. Queria ter mais tempo de jogo. Fazia alguns jogos e depois voltava para o banco. Precisava de uma mudança.»
«As semanas foram passando e comecei a ficar cada vez mais nervoso. Treinava bem, mas não participava em todos os jogos. Depois apareceu o Anderlecht. No início, hesitei, mas eles foram persistentes. Sabia que estar a dar um passo atrás, mas optei pelo aspeto desportivo e pela ideia de jogar todas as semanas para manter o meu lugar na seleção. A transferência não foi fácil, foi preciso recorrer a Luciano D'Onofrio, ele conseguiu convencer as duas direções a chegarem a um acordo sobre um preço que mais convinha às partes», lembra.