Feito histórico para uma cidade de 65 mil habitantes
SÃO PAULO - O Mirassol, clube de uma pequena cidade do interior de São Paulo, vai estrear na Série A do Campeonato Brasileiro em 2025, após uma campanha histórica na Série B em 2024. O time do interior paulista, que conta com apenas 65 mil habitantes, conseguiu a promoção após vencer a Chapecoense por 1-0 na última rodada da segunda divisão.
A ascensão do Mirassol não foi rápida, mas sim fruto de uma gestão cuidadosa e de um trabalho de longo prazo. O clube começou a se infiltrar no futebol paulista e brasileiro a partir de 2008, chegando à Série D em 2019. Desde então, o time subiu três vezes consecutivas, chegando à Série B em 2022 e finalmente conquistando o acesso à elite em 2024.
Segredo do sucesso: gestão a longo prazo e contratações seletivas
Segundo o vice-presidente Júnior Antunes, o segredo do Mirassol está «além do amor, na gestão de longo prazo». O dirigente explicou que a contratação de atletas é feita de forma muito seletiva, sempre em conjunto com a comissão técnica, levando em conta o histórico dos jogadores e preservando o seu físico com o apoio de uma equipe multidisciplinar.
Um exemplo dessa gestão foi o investimento dos 30% (cerca de 1,3 milhões de euros) obtidos com a venda do atacante Luiz Araújo, formado no clube, do São Paulo para o Lille, na construção de um moderno centro de treinamentos. Neste local, jogadores como Yuri Castilho, autor do gol decisivo, e veteranos como Muralha, Zeca e Dellatorre, ex-FC Porto B, trabalharam durante a temporada.
Outros pequenos clubes também com boas campanhas
Além do Mirassol, outro clube do interior paulista, o Novorizontino, da cidade de Novo Horizonte, também esteve muito perto do acesso, ficando apenas a milímetros de subir à Série A. Os dois times, separados por apenas 100 km, disputam o clássico "Tião" e compartilham o mesmo tipo de gestão ponderada, com contratações criteriosas e paciência com os treinadores.
Agora, o Mirassol sabe que terá um desafio hercúleo na Série A em 2025, tendo em vista que clubes de cidades menores, como Bragantino e Criciúma, correm risco de rebaixamento. No entanto, o técnico Mozart, que cumpriu o sonho de levar o time à elite após seis "quase subidas", afirmou que «por enquanto fizemos história», em referência à façanha inédita de uma cidade tão pequena chegar ao Brasileirão.