Finanças do FC Porto num «verdadeiro pântano»
O Relatório e Contas referente ao exercício 2023/2024 revelou que a Administração liderada por Pinto da Costa deixou as finanças do FC Porto numa situação muito delicada. De acordo com o documento, o novo presidente, André Villas-Boas, teve de evitar o «colapso financeiro» do clube, ao liquidar «milhões de euros de dívidas antigas, empréstimos e pagamentos de transações de futebolistas» para cumprir os controlos trimestrais de fair-play financeiro da UEFA logo que tomou posse.
«Não foram apenas os oito mil euros que Pinto da Costa deixou nos cofres da SAD. Foi muito mais do que isso. Deixou um acumulado de dívidas, um passivo enorme, fez negócios ruinosos como a operação cosmética da reavaliação do Estádio do Dragão para conseguir aumentar (ao máximo) os capitais próprios em vésperas das eleições», pode ler-se no relatório.
Recuperar a credibilidade financeira
Uma das primeiras tarefas da equipa de André Villas-Boas foi «recuperar a credibilidade financeira juntos dos parceiros do FC Porto». Apesar de terem conseguido «desbravá-lo», o caminho «ainda há muita pedra por partir até à estabilidade tão almejada».
Quando iniciou funções no dia 28 de maio, a atual Administração «teve de cumprir compromissos imediatos de €12 milhões para liquidar até ao final desse mês, mais €16 milhões de dívidas vencidas a fornecedores correntes». Mas, segundo o documento, «a gravidade da situação não se fica por aqui».
Ataques de Pinto da Costa
Pinto da Costa tem revelado «uma enorme amargura» sobre aqueles que apelida de «traidores», desde ex-jogadores a jornalistas, «demonstrando um rancor de larga escala». O ex-líder «culpou até os jornalistas pela copiosa derrota que teve nas urnas diante de André Villas-Boas» e acusou também as televisões, «mas não aquelas que sempre atacava e as quais agora fala sempre pudor para programas de jet-set».
Pinto da Costa «ficará na memória de todos os portistas como o homem que guindou o emblema da cidade Invicta a um patamar de excelência, mas acaba por manchar a sua obra com uma despedida ferida de grande ressentimento e muito mágoa». O livro que acaba de publicar «é disso um grande exemplo, com excertos a atacar muitos daqueles que lhe foram fiéis».