Raquel Sampaio, agente FIFA e defensora acérrima da igualdade entre o futebol masculino e feminino, lamenta que não tenha sido esse o cenário observado nas últimas semanas em Portugal.
Sampaio destaca alguns exemplos que revelam as discrepâncias entre as competições masculinas e femininas no país. «O que demonstra que há interesse e há potencial. Mas é preciso melhor promoção e não é com exemplos destes que lá vamos», afirma a agente FIFA.
Prémios da Taça de Portugal: Discrepâncias significativas
Um dos exemplos destacados por Sampaio é a divulgação dos prémios atribuídos aos clubes participantes na Taça de Portugal. Enquanto a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou um aumento de 30% nos valores para a Taça de Portugal Feminina, a diferença entre os prémios do vencedor e do vice-campeão masculino e feminino é substancial. «O vencedor da Taça de Portugal masculina receberá 325 mil euros, enquanto o vencedor feminino receberá 80 mil euros - menos da quarta parte.»
Disparidades no tratamento médico
Outro episódio que revela as discrepâncias é o caso da jogadora Joana Martins, do Sporting e da Seleção Nacional, que fraturou a clavícula durante um jogo amigável com o Sevilha. Apesar da necessidade de intervenção cirúrgica, a operação só foi realizada 12 dias depois, alegadamente devido à indisponibilidade do cirurgião especialista. «Impensável tal episódio acontecer no futebol profissional masculino», afirma Sampaio.
Além disso, a final da Supertaça Feminina, envolvendo o Sporting, teve os seus horários sobrepostos com os da equipa masculina do clube, resultando em bancadas pouco preenchidas, apesar das boas audiências na televisão.