Clubes cumprem regras da UEFA
O FC Porto pode respirar de alívio após ter conseguido passar com sucesso no controlo financeiro da UEFA. Após um enorme esforço por parte da Direção Financeira do clube, a SAD conseguiu honrar todos os compromissos e enviar os documentos comprovativos necessários ao organismo, na passada sexta-feira.
A atual Administração liderada por André Villas-Boas teve de abrir uma frente de diálogo com os credores e resolver um quadro financeiro caótico e complexo herdado da anterior gestão. «Os responsáveis portistas, que por intermédio de José Pereira da Costa, administrador com o pelouro financeiro da SAD, e José Luís Andrade, responsável pelas áreas Jurídica e de Relações Internacionais na comissão executiva da FC Porto, estiveram no passado dia 3 de junho na sede da UEFA, em Nyon, na Suíça, cumpriu no último trimestre os pressupostos que constam do Regulamento de Licenciamento de Clubes e Sustentabilidade Financeira da UEFA», pode ler-se no comunicado.
Clube pagou dívidas atrasadas
Na prática, foram cumpridos escrupulosamente os 'overdue payables' - atrasos no pagamento dos salários, dívidas vencidas às autoridades fiscais, Segurança Social e a clubes. Recorde-se que o Comité de Controlo Financeiro da UEFA tinha mesmo decidido excluir o FC Porto por uma época das competições europeias, uma exclusão que ficava suspensa e só seria efetivada caso o clube azul e branco não cumprisse o 'fair-play' financeiro durante as épocas de 2025/26, 2026/27 e 2027/28. Além disso, o FC Porto foi ainda condenado a pagar uma multa de 1,5 milhões de euros por «dívidas vencidas a outros clubes de futebol, funcionários e/ou autoridades sociais/fiscais».
Necessidade de vendas
Apesar de ter conseguido ultrapassar este obstáculo, o FC Porto continua sob supervisão da UEFA e terá de fazer, pelo menos, uma grande venda este verão para reequilibrar as contas e não cair novamente em incumprimento. Nesse sentido, jogadores como Diogo Costa, Francisco Conceição, Pepê ou Evanilson são apontados como os principais candidatos à saída, uma vez que são aqueles que possuem um valor de mercado mais elevado.
«Estamos obrigados a fazer algumas mais-valias por causa dos regulamentos da UEFA», afirmou recentemente o treinador André Villas-Boas. O técnico afastou a intenção de salvar as contas com a transferência de Diogo Costa, apesar da cláusula de 75 milhões de euros que pode ser acionada por um grande clube no futuro. Uma transferência pode também traduzir-se na soma de vários negócios (Francisco Conceição, Diogo Costa e Wendell, ou outros ativos valiosos do plantel), mas para a UEFA importa que a mais-valia seja significativa, de forma a que FC Porto tenha instrumentos financeiros para atacar a dívida de curto prazo e ganhar liquidez.
Além disso, a UEFA recomendou aos portistas que tenham uma rigorosa disciplina orçamental na compra de jogadores. Numa época de vigilância atenta às contas dos azuis e brancos, o clube terá de ser inteligente no mercado de transferências, procurando equilibrar as suas finanças e cumprir os requisitos do 'fair-play' financeiro.