Numa noite memorável no Estádio da Luz, o Benfica superou todas as expectativas ao vencer o poderoso Bayern Munique por 1-0. A vitória, muito celebrada, não só impulsiona o clube encarnado no Mundial de Clubes, como também serve de bálsamo para um grupo que, segundo o treinador Bruno Lage, tem lidado com enorme pressão.

Após o apito final, Lage abriu o coração, revelando o alívio e a confiança que esta vitória injeta na equipa. O técnico não hesitou em recordar o ceticismo generalizado que pairava sobre a capacidade do Benfica em derrotar o gigante alemão.

Descrença e Superação

“É só olhar para aquilo que foram as nossas últimas conferências e flashes. À partida ninguém acreditava que vencêssemos o Bayern Munique”, começou por dizer Bruno Lage. O treinador lembrou as constantes comparações com outros jogos, onde a prioridade era marcar o maior número de golos, esquecendo a possibilidade de vencer o Bayern.

Lage fez questão de sublinhar a importância do equilíbrio na análise, reiterando que nem sempre as derrotas representam o fim do mundo: “Sabemos o que é a grandeza do Benfica e que quando vencemos somos os melhores e está tudo bem. Mas quando perdemos não está tudo mal e nem somos os piores. Tem de haver um equilíbrio na análise.”

Pressão Sobre os Jogadores

O treinador encarnado não escondeu as dificuldades enfrentadas por alguns jogadores, sujeitos a uma pressão constante e muitas vezes desmedida: “Já tenho alguma experiência disto, tenho 49 anos e é a segunda vez que treino o Benfica, mas vou abrir-vos o coração: para alguns jogadores não é fácil. Por vezes marcam dois golos e têm de marcar três, quando marcam um têm de marcar dois e quando as coisas não correr bem, o A o B ou o C são apontados." Lage revelou que a união do grupo foi fundamental para superar as adversidades: “Somos um grupo e o que se passou no último jogo reflete o nosso espírito: resolvemos as nossas questões em família e partimos para este jogo.”

Entrega e Agressividade

Lage concluiu, elogiando a entrega total dos seus jogadores e a forma como assimilaram as suas instruções: “Tudo o que pedi aos jogadores eles fizeram na plenitude, inclusive sermos mais agressivos. E eles foram. Fomos uma equipa com essa agressividade necessária.”

Trubin: O Homem do Jogo

O guarda-redes Trubin, eleito o Homem do Jogo, expressou o seu contentamento e cansaço após a partida: “Bom jogo contra uma grande equipa. Estou muito feliz e orgulhoso da equipa. Demos tudo para vencer. Estava muito calor. Foi muito importante vencer. Fizemos o nosso trabalho para seguir para a próxima fase”, afirmou o ucraniano.

Trubin mostrou foco no presente, sem se preocupar com o próximo adversário: “Estou cansado, não sinto nada. Só quero descansar e depois preparamos o próximo jogo. Estivemos focados no Bayern e agora veremos o que se segue”, concluiu.

Schjelderup: O Herói da Noite

Schjelderup, autor do golo decisivo, mostrou-se igualmente satisfeito com a vitória: “Quero jogar todos os jogos e ajudar a equipa. É o mais importante. Só quero jogar futebol e ser feliz”, disse o jovem norueguês, em declarações no final do encontro. Sobre o jogo, Schjelderup admitiu que foi “um jogo difícil frente a uma grande equipa”, mas que isso só realça a importância do feito alcançado pelos encarnados. “Sair daqui com uma vitória foi o melhor que podíamos ter pedido”, finalizou.