Uma das razões para o mau momento do Benfica é a instabilidade na baliza. A saída apressada de Vlachodimos, aliada às declarações públicas de Schmidt, criaram um clima de desconfiança em torno do novo guarda-redes Trubin. A cada erro cometido por Trubin, surgem comparações com o antecessor, o que tem sido um fardo pesado para o jovem guardião.
Outra área problemática é o lado direito da defesa. A saída de Gilberto deixou a equipa desfalcada, e as alternativas têm sido dececionantes. A polivalência de Fredrik Aursnes tem disfarçado as lacunas nessa posição, mas isso faz com que o norueguês deixe de desempenhar um papel fundamental no meio-campo.
No setor ofensivo, a ausência de Tino tem sido notória. A equipa perde em capacidade de recuperação de bola e permite constantes saídas do adversário pelo centro. A contratação de Kokçu, a mais cara da história do clube, tem sido pouco impactante, aparecendo apenas em momentos pontuais.
A falta de um ponta-de-lança efetivo também tem sido um problema. Arthur Cabral não tem demonstrado as qualidades necessárias para assumir a posição de número 9, enquanto Tengstedt ainda não se enquadrou no estilo de jogo da equipa. Petar Musa parece ser a melhor opção atualmente, mas ainda está longe do que Gonçalo Ramos oferecia.
Além desses problemas específicos, é importante destacar a responsabilidade do treinador Roger Schmidt. Apesar de manter as virtudes da época anterior, ele não tem sabido lidar com as novas circunstâncias. As exibições da equipa têm sido pobres tanto no campeonato como na Champions, e o discurso de Schmidt na sala de imprensa tem sido dececionante, sem explicar ou entusiasmar.
As declarações infelizes do treinador, como afirmar que os jogos mais importantes são contra o FC Porto, não ajudam a criar um ambiente positivo. Além disso, sua falta de justificação e análise técnica após o empate com o Casa Pia mostra uma comunicação superficial e repleta de clichés.
Dessa forma, é compreensível que haja dúvidas sobre a competência de Roger Schmidt. Se os resultados não melhorarem, o presidente Rui Costa terá que prestar explicações aos adeptos. Resta saber se essa fase ruim é passageira ou se há problemas mais profundos na equipa técnica e no grupo de jogadores.