Bruno Lage regressa ao Benfica para "fazer um fim diferente"

  1. Bruno Lage regressou ao Benfica
  2. Lage esteve vários meses sem clube após a saída do Botafogo
  3. Lage estabeleceu uma regra de não haver futebol aos fins de semana com os filhos
  4. Objetivo de Lage é passar à fase seguinte da Liga dos Campeões
  5. Lage escolheu um cinco ideal com jogadores vencedores da Liga dos Campeões

Regresso à "Casa"


Bruno Lage regressou ao Benfica com o objetivo de "fazer um fim diferente" ao seu percurso no clube. Em entrevista à UEFA, o treinador de 48 anos explicou o que o levou a voltar à Luz, depois de ter saído em 2020 para assumir o comando do Botafogo.

«Senti-me com orgulho, com um enorme orgulho. Meses antes, eu tinha dado uma entrevista em que mencionei exatamente esse facto, de sentir que a minha história no Benfica merecia outro fim. E quis o destino que essa oportunidade voltasse a surgir, por isso foi com muito orgulho que recebi o convite, e é com enorme ambição que aqui estou para realmente fazer um fim diferente e voltar a conquistar títulos pelo Benfica», afirmou Lage.

Período sem treinos, mas não sem futebol


O técnico setubalense, que substituiu Roger Schmidt no comando técnico das águias, esteve vários meses sem clube após a saída do Botafogo. Nesse período, Lage explicou que se manteve longe dos treinos, mas não do futebol, ocupando o tempo a observar jogos, ler e ver documentários sobre dinâmicas de equipas.

«Longe dos treinos, não do futebol. A nossa profissão a isso obriga. Enquanto estive fora, até por opção, recebi alguns convites com os quais me senti muito honrado, mas senti que em determinada altura tinha de esperar pelo projeto certo. E assim aconteceu. Um projeto que estimulasse o melhor de mim, que me proporcionasse voltar a colocar uma equipa a jogar o jogo que eu gosto, e, claro, com a ambição de vencer títulos», explicou.

Estratégia, comunicação e liderança


Durante esse período, Lage estabeleceu uma regra com os filhos, Jaime de 9 anos e Manuel de 4, de não haver futebol aos fins de semana, para poder estar mais concentrado neles. Já durante a semana, o treinador aproveitava para analisar jogos, rever exercícios de treino e ler sobre estratégia, comunicação e liderança.

«Uma delas é olhar para os jogos que me interessam, que passaram durante o fim de semana, em função do resultado, ou do sistema, ou do treinador, ou de como é que o jogo decorreu, e poder observá-lo durante a semana com mais calma e perceber o que é que se pode ter passado naqueles jogos. São sempre situações muito interessantes. Gosto também de ter algum tempo para olhar para aquilo que foi feito no passado, fundamentalmente à nossa forma de treinar, a exercícios, como é que podemos melhorar. Gosto muito de ler e ver documentários sobre aquilo que são dinâmicas de equipa, por isso confesso que vi muitos documentários sobre dinâmicas de equipa de outros desportos, não só do futebol. Acabei por ler muita, muita coisa sobre futebol, sobre estratégia, sobre comunicação, sobre liderança, enfim… Foi um tempo muito bem preenchido, e quando não estamos a trabalhar diretamente no futebol temos de o saber preencher.»

Objetivos na Liga dos Campeões


Questionado sobre as ambições do Benfica na Liga dos Campeões, Lage traçou como objetivo passar à fase seguinte da competição. «A nossa ambição para aí caminha, e aquilo que nós pretendemos nesta competição – porque o nosso passado, quer o longínquo, quer o recente, assim o obriga – é pensar em passar à fase seguinte. E esse, neste momento, é o nosso grande objetivo e o nosso grande foco nesta competição», afirmou.

Cinco jogadores ideais para Lage


Lage foi ainda desafiado a escolher um cinco ideal de jogadores que tenham vencido a Liga dos Campeões, e não se esqueceu de incluir o presidente Rui Costa. «Se a memória não me atraiçoa, treinei cinco [vencedores da Champions]: quatro da formação do Benfica - Ederson, Cancelo, Bernardo Silva e Rúben Dias, e na presente época, o Di María. Olhando para um cinco ideal, não me posso esquecer do nosso presidente Rui Costa e do Cristiano Ronaldo. Como sou treinador de ataque, e até jogo com um guarda-redes que me marcou aqui golos quando jogava comigo nos sub-17, começo com o Ederson na baliza, mas também a jogar a defesa-central; Rúben Dias como defesa; número 10, o maestro Rui Costa a jogar no meio-campo; e depois, dois homens na frente, Cristiano Ronaldo e Di María.»

Benfica em cinco palavras


Lage definiu ainda o Benfica em cinco palavras: «'Casa', porque foi há 20 anos que entrei no Benfica, que comecei a minha carreira e tenho um sentimento enorme de pertença. 'Sonho', porque acabei por concretizar todos os meus sonhos profissionais no Benfica. 'Orgulho', por pertencer à história do Benfica e a títulos conquistados. 'Uno', porque identifico-me muito com o lema do Benfica, o trabalho em equipa que tenho com o meu staff, com os jogadores, a estrutura, e a relação que temos com os adeptos. E, por último, 'ambição', que retrata muito a história e tradição do clube, a exigência dos adeptos e a esperança de quem trabalha no clube de continuar a conquistar títulos.»

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