Hugo Leal, que se destacou no futebol português nas décadas de 90 e 2000, concedeu uma extensa entrevista em que relembrou a sua passagem pelas camadas jovens do Benfica e a alcunha que lhe foi atribuída por Paulo Futre.
Chegado à Luz com apenas 12 anos, proveniente do Estoril, Leal adaptou-se rapidamente às «duas realidades distintas», como descreveu. Tão bem, que o companheiro de balneário Futre lhe apelidou de «Schuster português», numa alusão ao lendário jogador alemão.
«Jogava porque gostava muito de futebol»
«Sim, é verdade. Eu falava muito com o Futre. Recordo-o com carinho, eu era muito relaxado, muito confiante. Talvez também fosse um pouco despistado. Gostava muito de jogar futebol. No Benfica, comparavam-me com Rui Costa, sempre com boas intenções», recordou Leal.
Apesar da alcunha, o antigo médio assegura que esta «nunca lhe colocou pressão». «Eu jogava porque gostava muito de futebol, e era um pouquinho irresponsável. Não tinha medo de pedir a bola em qualquer momento, mesmo que me assobiassem», explicou.
O abandono gradual do futebol
Leal chegou a disputar 41 jogos oficiais ao serviço das águias, entre 1996 e 1999, antes de rumar a outros clubes como FC Porto, Atlético de Madrid e Paris Saint-Germain. Contudo, o ex-internacional português revelou que, atualmente, já não acompanha o futebol como antes.
«Não é que não goste, mas, quando me retirei, tinha a ideia de que iria poder dedicar-me mais à família, por todo o tempo que não pude dedicar, até então. E, claro, assumes esse papel e deixas um pouco de ver jogos e tal», começou por explicar.
«Depois, quando queres acompanhar de novo o futebol profissional, já não tens mais amigos a jogar, e vais deixando de o fazer, pouco a pouco. Não é que tenha alguma angústia com o futebol, mas perdi o hábito e a vontade», prosseguiu.