Início promissor de Pavlidis
Vangelis Pavlidis foi contratado este verão ao AZ Alkmaar para ser a principal referência da equipa do Benfica e tem correspondido às expetativas. O ponta de lança internacional grego, de 25 anos, marcou quatro golos nos três jogos que o Benfica já realizou nesta pré-época. Marcou um ao Farense (5-0), dois ao Celta de Vigo (2-2) e mais um ao Almería (3-1), no desafio particular de domingo, no qual alinhou com uma proteção no polegar direito depois de ter sido operado na sequência de uma queda no duelo com o Celta.
Elogios de Gustavo Poyet
A boa resposta do jogador não surpreende Gustavo Poyet, antigo médio internacional uruguaio, agora sem clube mas que treinou a seleção da Grécia de 2022 a 2024 e conhece bem Pavlidis. Em conversa com A BOLA, o treinador de 56 anos transmitiu a ideia que formou do atacante e que vai encaixando no que ele está a mostrar aos benfiquistas. «O Pavlidis é um avançado muito móvel, nunca pára quieto. Ele gosta muito de estar constantemente em jogo, nunca se esconde, quer participar nos vários momentos. Gosta muito de ter bola, de participar nas jogadas de ataque, de ajudar os companheiros nas jogadas. Não se trata de um ponta de lança que é tipicamente um número 9 que fique lá plantado na área à espera de ser servido», explicou Poyet.
Adaptabilidade de Pavlidis
Quanto à capacidade defensiva de Pavlidis, de ajudar no momento da recuperação da bola, Poyet foi menos assertivo, justificando que tal dependerá do que for «pedido pelo treinador». «Ele pode ou não pressionar, dependerá muito da ideia que lhe for transmitida e seguramente também em função da equipa adversária», detalhou, acreditando que uma eventual mudança de estratégia, ou de sistema, não deverá representar um problema para o ponta de lança: «O que posso lembrar é que nós, na Grécia, jogávamos em 4x3x3 e sempre com ele sozinho na frente. Ele tem capacidade para se adaptar a qualquer sistema.»
Responsabilidade e maturidade de Pavlidis
O treinador uruguaio mantém igual confiança na competência de Vangelis Pavlidis para vingar e se afirmar no Benfica, embora destaque a responsabilidade deste momento. «Vai ser uma época muito importante para Pavlidis. Penso que ele fez bem o seu trajeto, na Holanda, e agora está pronto para se afirmar num grande clube como o Benfica, ele tem o que é preciso», sustenta Poyet, que, ao mesmo tempo, não quer precipitar-se e de certa forma avisa os benfiquistas de que será preciso esperar um pouco mais para concluir sobre Pavlidis: «É um jogador de muita qualidade e está a fazer o seu processo. Normalmente, quando chegas a um clube novo, há sempre uma grande carga de adrenalina e isso também ajuda a explicar a boa entrada de Pavlidis nestes jogos de pré-época. Durante dois, três meses haverá esse pico de adrenalina, depois do terceiro será importante perceber se ela desce ou se mantém.»
Gustavo Poyet fala de Pavlidis como uma pessoa «muito tranquila», um «rapaz muito simpático», emocionalmente preparado para este desafio e que apresenta uma personalidade profissional que apreciou na seleção grega e importante para que o ponta de lança tenha sucesso nas águias. «Pavlidis assume sempre a sua responsabilidade em campo; ou seja: ele assume sempre o golo. E é para isso que o Benfica o contratou», situou.
Roger Schmidt aprende a entender a cultura do Benfica
Por outro lado, o treinador do Benfica, Roger Schmidt, reconhece a necessidade de entender melhor a cultura do clube da Luz. O técnico alemão admitiu que foi importante «passar por esta situação» na época passada, pois «se se quer mesmo entender o Benfica há que passar pelos bons momentos, mas também pelos momentos mais difíceis». Schmidt revelou que teve uma conversa com Toni, uma figura histórica do Benfica, que lhe ensinou algumas lições sobre a cultura do clube.
Apesar dos atritos com os adeptos no final da época passada, Schmidt parece ter aprendido com essa experiência e está empenhado em reconectar-se com a massa adepta. O Benfica deu-lhe «qualquer coisa para 2024/25», o que significa que o clube confia no trabalho do treinador e lhe deu reforços para a nova temporada, como Pavlidis, Leandro Barreiro ou Jan-Niklas Beste. Cabe agora a Schmidt fazer a gestão deste plantel e, quem sabe, aprender mais sobre a história e a cultura do Benfica com a ajuda de figuras como Toni.
