Liga dos Campeões: Mudanças radicais a partir de 2024/2025

  1. Mudanças radicais na Liga dos Campeões a partir de 2024/2025
  2. Haverá 36 clubes na fase de liga, com oito jogos cada um
  3. Cinco países terão três vagas diretas na Champions
  4. Remodelações também na Liga Europa e Liga Conferência
  5. Portugal perde uma vaga nas competições europeias

A edição 2024/2025 da Liga dos Campeões vai ser radicalmente diferente. O pontapé de saída é esta terça-feira, com seis jogos da primeira mão da primeira pré-eliminatória. A BOLA, com uma série de perguntas e respostas, explica como tudo vai mudar e porquê.

Como vai ser o novo formato da Liga dos Campeões?


A mudança fundamental é a partir da fase de grupos, que deixa de ter 32 equipas, como acontecia desde a época 1999/2000, e passa a 36 clubes. E na verdade deixa de ser uma fase de grupos – a UEFA chama-lhe fase de liga. Os 36 clubes farão oito jogos cada um, quatro em casa e quatro fora, sempre com adversários diferentes. Haverá uma classificação única, com os oito primeiros a apurarem-se diretamente para os oitavos de final e os que ficarem entre o 9.º e o 24.º a disputarem um play-off a duas mãos para encontrar os outros oito qualificados para os oitavos. A partir daí volta-se ao formato tradicional, com oitavos, quartos e meias-finais a duas mãos antes da final.

Para quem vão essas quatro vagas adicionais na primeira fase?


Uma delas vai para o terceiro classificado do país que tiver obtido o 5.º lugar do ranking da UEFA. Até aqui, esse país (tem sido a França nos últimos anos) apurava dois clubes diretamente para a fase de grupos e o 3.º ia normalmente à terceira pré-eliminatória (às vezes entrava diretamente na fase de grupos, mas já lá vamos...). Agora, o 5.º país do ranking passa a ter três vagas diretas na Champions e o quarto classificado do respetivo campeonato é que vai à terceira pré-eliminatória. A segunda vaga adicional entre os 36 da fase de liga vai para o caminho dos campeões das pré-eliminatórias – os campeões que não têm acesso direto à fase de grupos (a partir do 10.º lugar do ranking) jogam entre si, num caminho separado dos segundos, terceiros e quartos classificados que vão às rondas preliminares. Finalmente, os dois lugares extra entre os 36 irão para os dois países com melhor ranking da UEFA no ano anterior.

O formato da Liga Europa e da Liga Conferência também muda?


Sim. Tal como na Champions, a fase de grupos é substituída por uma fase de liga, com classificação única. E sempre com 36 clubes e com play-off para os clubes classificados entre o 9.º e o 24.º lugar antes dos oitavos de final. A Liga Europa é exatamente igual à Champions, na Liga Conferência é que haverá uma nuance – na fase de liga, cada clube fará apenas seis jogos, e não oito.

E as vagas adicionais nessas competições, como são atribuídas?


Essencialmente, passa a haver mais vagas para as pré-eliminatórias e alguns clubes passam a entrar em competição mais tarde, ou até noutras provas. Na Liga Europa, por exemplo, o vencedor da Taça do sétimo país do ranking (atualmente Portugal), ou terceiro classificado do campeonato se esse vencedor da Taça for um dos dois primeiros, terá acesso direto à fase de liga, quando até aqui tinha de disputar o play-off.

Portugal vai então ter mais clubes nas provas europeias?


Não, pelo contrário. Como se referiu anteriormente, só o 5.º classificado do ranking da UEFA ganha um lugar adicional, e na Liga dos Campeões – passando no total de seis para sete clubes em todas as competições. O resto mantém-se como até aqui, apenas com alterações nas fases de provas em que se entra. E Portugal, ao cair em 2023 para o sétimo lugar do ranking, atrás dos Países Baixos, passou a ter apenas cinco vagas, e não seis, como acontece com o sexto desse ranking.

Enquanto Portugal estiver no 7.º lugar do ranking da UEFA, o 2.º do campeonato vai então ter sempre de jogar as pré-eliminatórias da Champions?


Não necessariamente. Em primeiro lugar, Portugal pode, eventualmente, ser um dos melhores dois países no ano anterior e com isso conseguir uma das quatro novas vagas na fase de liga (em 2024/2025 vão para Itália e Alemanha). Mas também há outro cenário, que pode verificar-se já em 2024: o vencedor da Champions e o vencedor da Liga Europa do ano anterior continuam a ter lugar direto na Liga dos Campeões no ano seguinte. Até aqui, quando esses lugares não eram preenchidos (por os vencedores das competições europeias já se terem qualificado pelos respetivos campeonatos nacionais), as vagas eram atribuídas aos países com melhor ranking que estivessem nas pré-eliminatórias.

Se o vice-campeão português entrar direto na Champions, isso abre lugar nas pré-eliminatórias para o 3.º do campeonato?


Se isso acontecer por a vaga na Champions para o vencedor da Liga Europa não ser preenchida, não. Quando há clubes promovidos a fases acima, para preencher vagas excecionais (de vencedores de provas europeias, por exemplo), os ajustes são feitos nas eliminatórias em que os clubes entram, e não nas provas em que entram. Por exemplo, na Liga dos Campeões, quando um dos clubes que deveria disputar o caminho das ligas consegue o acesso direto – seria o cenário em que o Benfica fica com a vaga não ocupada pelo vencedor da Liga Europa –, a norma é diminuir o número de clubes na segunda pré-eliminatória.

Porquê estas mudanças de formato nesta fase?


As competições de clubes da UEFA funcionam em ciclos de três anos. Assim que terminou o anterior, em 2021, começaram conversas para alterações do formato, com pressão da Associação Europeia de Clubes (ECA) para haver mais vagas e mais competitividade. A UEFA foi acedendo, debaixo do espetro da Superliga, mas a verdade é que ainda enquanto decorriam as negociações a Superliga foi mesmo anunciada – o que até levou à alteração de alguns planos previstos.

Como é que será o sorteio da fase de liga? Quem joga contra quem?


Tal como até aqui, haverá quatro potes (agora com nove equipas cada um), com os clubes divididos pelo seu ranking. Só que agora cada clube fará dois jogos (um em casa e um fora) com uma equipa de cada pote, quando até aqui evitava sempre equipas do próprio pote. Ou seja, o pote a que se pertence deixa em teoria de ser uma vantagem – todos os clubes farão dois jogos, um em casa e um fora, contra pote 1, 2, 3 e 4. O objetivo é apenas equilibrar o calendário, de forma a que as equipas tenham, em teoria, adversários de força similar, até por haver, no final, uma classificação única.

Havendo mais dois jogos na primeira fase, como será o calendário?


A grande diferença é que passa a haver duas datas em janeiro. O resto permanece basicamente igual ao que acontecia até aqui: pré-eliminatórias entre início de julho e fim de agosto; depois, duas jornadas de Champions entre cada pausa para seleções, sempre com uma semana de intervalo entre elas. Em 2024/2025, as seis primeiras jornadas serão disputadas entre setembro e outubro, com as últimas duas em janeiro.

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  4. «Tentamos sempre manter o equilíbrio, trabalhamos semana após semana para jogos diferentes. Sempre da melhor forma, mas claro que esta está a ter um impacto diferente, tem havido mais abordagens sobre o jogo e mais atenções viradas para nós, com mais pessoas a falarem connosco.»