O 'verão quente' de 1993 ficou marcado na história do futebol português como um momento transcendente na carreira do futebolista Pacheco. Nascido em Portimão em 01 de dezembro de 1966, Pacheco deixou um legado de talento e controvérsia ao longo de sua trajetória nos relvados.
Transferido do Portimonense para o Benfica com apenas 20 anos, Pacheco rapidamente se destacou na Luz com seu pé esquerdo desconcertante, conquistando quatro títulos, incluindo dois campeonatos, em mais de duas centenas de jogos pelo clube. No entanto, nada foi mais impactante em sua história do que a mudança para o Sporting.
Em uma entrevista ao jornal 'A Bola' em 2018, Pacheco refletiu sobre a controvérsia que marcou sua saída do Benfica: «A ideia que se perpetuou é a de que saí por salários em atraso, o que não corresponde à verdade. Eu saí do Benfica por questões pessoais, por desacordo pessoal com pessoas que estavam então no clube. A justa causa, é verdade, foi o mecanismo, a via legal que eu encontrei para ir ao encontro da razão da saída».
Pacheco, conhecido pelo seu pé esquerdo habilidoso e pela ousadia em campo, orgulha-se de ter jogado em duas finais da Taça dos Campeões Europeus pelo Benfica, enfrentando o PSV Eindhoven e o AC Milan. Sobre essa experiência, ele afirmou: «Com 23 anos, tinha duas finais da Taça dos Campeões, que só três repetiram: eu, o Magnusson e o Silvino».
Mudança para o Sporting
No entanto, a mudança para o Sporting em 1993 marcou um ponto de viragem na carreira de Pacheco. Sob o comando de Bobby Robson, ele teve um início promissor em Alvalade, mas a chegada de Carlos Queiroz mudou o rumo das coisas. Pacheco enfrentou dificuldades e conflitos pessoais, culminando em uma segunda época traumatizante no clube.
Reflexão sobre a Carreira
Apesar de afirmar que, nas circunstâncias da época, faria a mesma escolha novamente, Pacheco reconheceu que sair do Benfica foi uma má opção de carreira: «Sair do Benfica foi uma má opção de carreira. Basta ver o meu percurso no Benfica e, depois, no Sporting. Não há qualquer dúvida sobre isso».
Legado e Últimos Anos
Após sua passagem pelo Sporting, a carreira de Pacheco entrou em declínio, com passagens por clubes como Belenenses, Reggiana (Itália), Santa Clara, Atlético e Estoril. Mesmo após encerrar a carreira de jogador, ele tentou a carreira de treinador, mas foi uma jornada curta e sem grandes destaques.
Aos 57 anos, Pacheco deixou um legado marcante no futebol português, com sua habilidade única e as polémicas que o acompanharam ao longo dos anos. Sua passagem pelos dois grandes clubes de Lisboa, Benfica e Sporting, será lembrada como um capítulo inesquecível da história do desporto em Portugal.