Experiência ao serviço do Vitória
Manuel Machado, ex-treinador do Vitória de Guimarães, foi eleito vice-presidente do Conselho Vitoriano, um órgão consultivo do clube. Com uma carreira que inclui quatro passagens (1992/93, 1995/96, 2004/2005 e 2010/11) no emblema minhoto, o ex-treinador de 68 anos retorna agora a uma função de destaque, onde pretende usar a sua experiência para enfrentar os desafios que se avizinham, especialmente num contexto financeiro complicado.
«Não vejo o Conselho Vitoriano como um desafio propriamente dito. É um órgão que oferece apoio e respaldo à estrutura diretiva do clube, sem interferir diretamente na gestão da direção ou do conselho fiscal. É composto por pessoas ligadas ao Vitória, que têm uma função meramente consultiva, sem implicação direta nas decisões», disse Manuel Machado em declarações a A BOLA, ressaltando a importância de sua ligação ao clube: «Como vim de uma tradição vitoriana e sou associado há muitos anos, sinto sempre um privilégio e uma grande responsabilidade em ajudar o clube. Estou disponível para contribuir de alguma forma, pois sempre tive uma ligação de grande afeição e respeito pelo Vitória».
Desafios financeiros
Manuel Machado abordou os desafios financeiros que o clube enfrenta, destacando a fase complexa pela qual o clube tem passado. «Desde que a atual direção assumiu, herdou um conjunto de problemas financeiros consideráveis. Esta gestão está a caminho do seu terceiro ano e tem conseguido manter o Vitória a competir a nível europeu, superando várias dificuldades. Do ponto de vista desportivo, considero que o trabalho tem sido positivo, dado o cenário financeiro que herdaram», explicou.
Expectativa moderada
Sobre a performance da equipa, que soma até agora 12 jogos com 10 vitórias e duas derrotas, Manuel Machado referiu que a «expectativa inicial é sempre baixa».
«O Vitória teve necessidade de vender os seus melhores ativos - Jota Silva (Nottingham Forest) e Ricardo Mangas (Spartak Moscovo), e isso naturalmente faz com que as expetativas nunca sejam demasiado altas. Há que jogar com as pedras que se tem, e, apesar disso, acredito que a equipa tem conseguido ultrapassar o que era esperado».
Elogio ao trabalho de Rui Borges
Ao falar sobre o atual treinador Rui Borges, Machado declarou que tem «muitas dificuldades em individualizar, porque, por princípio, o sucesso e o seu contrário devem-se sempre a um conjunto de fatores».
«Quando o sucesso acontece, é uma troca de galhardetes. Quando acontece o contrário, paga sempre o mesmo. Nunca depende apenas de uma pessoa. Ao Rui Borges só há que bater palmas, porque tem feito muito com pouca coisa», elogiou.