Jorge Corrula partilhou a sua perspetiva sobre diversos temas do futebol português, numa análise focada no clássico entre Benfica e Sporting. Questionado sobre se uma possível conquista do Sporting que os levaria a três títulos em cinco épocas configuraria hegemonia, o ator foi perentório na sua resposta.
Corrula afirmou: “Olhando para esses números e se formos ao significado da palavra ‘hegemonia’, só quem não for ao dicionário lê-lo pode achar que existe.” Para ele, a noção de domínio no futebol exige um período temporal mais alargado. “Para falar em hegemonia, teria de ser um período muito mais alargado.” Ele exemplifica com o passado recente do futebol português: “Nos últimos anos, faz mais sentido falar de uma hegemonia do FC Porto ou do Benfica, em algumas fases.” Na sua opinião, definir hegemonia requer uma perspetiva de longo prazo: “A meu ver, hegemonia tem de compreender um período de dez ou 15 anos.” Por isso, considera que “cinco anos não são nada...”
Análise sobre o Sporting
O ator vai mais longe na sua análise sobre o Sporting, afirmando: “Até porque me parece que, saindo um ou outro jogador, lá se vai essa possível ‘hegemonia’ do Sporting.” Para ele, a verdadeira hegemonia baseia-se na solidez estrutural: “Hegemonia é ter uma estrutura consolidada, como o FC Porto teve, ou o Benfica, mais a espaços.” Corrula recorda ainda o impacto da saída de elementos-chave nos Leões: “Aliás, basta lembrar o que aconteceu com o Sporting logo após a saída de Rúben Amorim e de alguns elementos da estrutura.”
Reflexão sobre os reforços do Benfica
Num exercício hipotético sobre reforços para o Benfica, Corrula teve de ponderar: “Essa é difícil… Se fosse alguém que não estivesse no ativo, diria o Michel Preud’homme, sem dúvida.” Contudo, a questão colocava jogadores ainda no ativo e, assim, ele respondeu: “Estando no ativo, diria o Bernardo Silva.” Justifica a sua escolha com as características do internacional português: “Parece-me que o Benfica tem um défice em termos de organização de jogo.”
Corrula elogia o crescimento de Bernardo Silva: “O Bernardo cresceu muito nos últimos anos, ataca e defende como ninguém.” Para ele, a qualidade de Bernardo Silva é inquestionável: “É único e não é por acaso que está numa das melhores equipas do Mundo há tantas épocas.” O ator coloca-o ao nível dos melhores: “Está ao nível de um Modric, por exemplo.” Analisando outra opção na mesma posição, Kokçu, o ator aponta diferenças: “O Kokçu, que atua numa posição semelhante, é temperamental e nunca sabemos bem o que esperar.” Em contraste, destaca a consistência de Bernardo Silva: “O Bernardo é muito mais consistente e abrange mais área do que o Kokçu.” Apesar da preferência, deixa uma ressalva esperançosa para o dérbi: “Dito isto, espero que o Kokçu esteja em ‘dia sim’ no dérbi de sábado.”
A importância de Hjulmand no Sporting
Noutro exercício sobre quem retiraria ao Sporting, a escolha de Corrula foi imediata: “Hjulmand, sem dúvida.” Ele justifica a sua escolha com a importância do médio dinamarquês para a equipa de Rúben Amorim: “Tenho a profunda convicção de que é o jogador mais importante deste Sporting.” Para Corrula, a relevância de Hjulmand supera a de outros jogadores em destaque: “Não é o Gyokeres, é o Hjulmand.”
Ele explica o seu papel fulcral: “É o pêndulo de todo o jogo do Sporting.” Apesar da capacidade decisiva de Gyökeres, Corrula ressalta a influência constante de Hjulmand: “O Gyokeres pode decidir, mas, se num ou noutro jogo não se mexer, pouco ou nada acontece.” Menciona a sua importância mesmo quando não está a 100%: “Não é por acaso que o Hjulmand entrou contra o Gil Vicente.” Ele conclui, destacando as suas valências e primazia: “Faz a ligação defesa-ataque e tem tapado as deficiências do plantel.”