Giorgi Kochorashvili, futuro jogador do Sporting, partilhou a sua experiência com o acompanhamento psicológico no futebol. O médio, que representa atualmente o Levante, participou num evento sobre saúde mental, onde abordou a pressão que sentia no início da sua carreira. Aos 25 anos, prepara-se para a sua primeira experiência no futebol português, depois de sete temporadas no futebol espanhol. O Sporting investiu 5,5 milhões de euros no internacional georgiano, que está a realizar a melhor temporada da sua carreira, com seis golos e quatro assistências no segundo escalão espanhol.
O internacional georgiano revelou como a pressão o afetava dentro e fora de campo, e como procurou ajuda para lidar com a situação. A sua experiência serve de exemplo para outros jogadores que enfrentam desafios semelhantes.
Acompanhamento psicológico como ferramenta
Kochorashvili explicou que começou a ter acompanhamento psicológico em 2021: “Comecei a ter acompanhamento psicológico em 2021, porque não estava a desfrutar como quando era criança e era isso que queria sentir. Saí do meu país muito jovem e sentia que os meus pais dependiam do meu êxito. Era um fardo de pressão enorme e constante. Quando chegava a casa só falava de futebol, até que a minha psicóloga me proibiu de falar de futebol com os meus pais”
.
O jogador detalhou como a pressão o afetava: “Sentia a pressão de desiludir os meus pais, e chegaram até a proibir-me de falar de futebol com eles. Falar com o meu psicólogo permitiu-me livrar-me desse fardo. A tensão que costumava acumular nos jogos desaparecia ao fim de dez minutos, algo que não acontecia nos treinos. Agora sei como gerir essa pressão e desfruto mais do futebol. A cabeça influencia ainda mais do que a parte física”
.
Críticas e foco no desenvolvimento pessoal
Kochorashvili também abordou o impacto das críticas e a importância de se concentrar no seu próprio desenvolvimento. “As críticas afetam muito, e aconselharam-me a retirar o Twitter [atual rede social X], mesmo que se queira saber o que dizem. As pessoas só veem os 90 minutos, mas o mais importante é pensar que o único que sofre ou se diverte todos os dias sou eu. Levanto-me às 7 da manhã de segunda-feira e já estou a pensar em como melhorar. Só se vê a relva, mas por vezes a pressão não nos permite exprimir tudo o que trabalhámos durante a semana”
, concluiu.