Numa exibição de gala, o Sporting goleou o AVS por 6-0, em jogo da 14.ª jornada, mas o resultado foi apenas um dos destaques da partida. O treinador Rui Borges elogiou a atitude de Morten Hjulmand, que abdicou de jogar por não se sentir a 100%, e analisou a evolução da sua equipa.
A goleada expressiva, que somou apenas três pontos na caminhada do campeonato, ficou também marcada pelas palavras do técnico sobre a liderança do médio dinamarquês e a ambição demonstrada pela equipa.
A Atitude de Hjulmand
Rui Borges começou por explicar a ausência de Hjulmand, revelando que o jogador “ficou de fora porque estava doente. Tinha sintomas, não sei se gripais ou algo semelhante, uma virose. O Ivan [Fresneda] também estava. O Luís [Suárez] também esteve, mas os três estavam melhor”.
O treinador não poupou elogios ao capitão: “Deixe-me falar do Morten. No discurso antes do jogo, falei nele e quero sublinhar. Porque, para mim, ele demonstrou o que é ser um líder. Ele podia ter jogado, mas foi honesto comigo. Disse-me que não estava 100 por cento, que havia colegas melhores do que ele para jogar e preferia que estivesse alguém a 100 por cento”.
Liderança e Respeito
Borges considera que esta atitude demonstra “respeito pelos colegas e pela equipa. Ele podia jogar a 50 por cento, mas preferiu ser honesto, e isso mostra um caráter incrível. Para mim, isso é ser um verdadeiro capitão”.
O técnico considera que Hjulmand personifica o verdadeiro espírito de liderança, colocando os interesses da equipa acima dos seus.
Pés no Chão Apesar da Goleada
Apesar da goleada, Rui Borges manteve os pés no chão, afirmando que “a goleada são só três pontos. Não podemos também ficar grandões. São apenas e só três pontos. Na nossa caminhada, fomos sérios, como disse, rigorosos”.
O treinador demonstra foco e ambição, recusando euforias excessivas e mantendo o foco no trabalho contínuo.
Análise ao Jogo
O técnico revelou ainda que “tirando os primeiros 15 minutos do jogo, em que a equipa entrou com um ritmo morno, muito parada, o adversário também estava a tentar interromper o jogo. Cada lançamento, cada bola... um pontapé de baliza, uma falta, demorou-se muito. Tentaram, logo, adormecer um pouco o jogo, não nos deixando entrar num ritmo alto. Tirando esses 15 minutos e os últimos 15, acima de tudo, falhámos muito em passes. Por vezes, por ver as coisas tão fáceis, falhámos muitos passes simples e rápidos. Tínhamos de ser mais incisivos e, depois, sim, ter intensidade no jogo. Acaba por ser difícil, por estar 5-0. Tirando isso, durante o resto do tempo, a equipa foi competente, foi dinâmica. Acabou por desbloquear logo no primeiro golo, depois foi sempre atrás de mais. Fico feliz pela resposta que a equipa tem dado”.
A Melhor Equipa?
Questionado sobre se considera o Sporting a melhor equipa, Borges respondeu: “Para mim, a minha equipa é sempre a melhor. As opiniões são para vocês. Na minha opinião, a minha equipa é a melhor. E tem demonstrado ser a melhor. Não somos os primeiros, por isso, se calhar, há quem seja melhor que nós. Naquilo que é o nosso entendimento, qualidade de jogo, dinâmica, intensidade, rigor, a equipa está unida, com energia, à procura de mais. O que é ganhar, o que é jogar, o que é vencer. Portanto, com dinâmica, com qualidade de jogo, no processo ofensivo, no processo defensivo, temos evoluído. Por isso, para mim, a minha equipa é sempre a melhor. São sempre os melhores”.
O treinador expressa total confiança na sua equipa, destacando a qualidade de jogo, a união e a busca constante pela evolução.
Gestão do Plantel
O treinador abordou também a gestão do plantel, explicando que Gonçalo Inácio “foi para gestão, porque não estava totalmente a 100 por cento. Não havia necessidade de correr esse risco, até porque vamos jogar com o Diomande. Não quisemos correr esse risco, porque ele não estava completamente a 100 por cento. Está bem, mas precisa de recuperar mais um pouco”.
Sobre a utilização de jogadores da equipa B, Rui Borges garantiu que “os jogadores da equipa B têm trabalhado connosco todas as semanas. Estão todos preparados para dar resposta. Qualquer jogador da equipa B que possa fazer parte da equipa principal tem toda a confiança da equipa técnica. Estamos atentos ao trabalho deles e, se chegarem à equipa principal, será porque têm qualidade para isso. Esperamos o momento e a oportunidade. Se tiver de jogar, jogará. Independentemente dos custos, temos de ser competitivos e quero ganhar. Os jogos são assim, com dificuldades. Mas estou tranquilo em relação a isso. Queria ter toda a gente, não tenho. Com os que tenho vou ganhar”.
Evolução Pessoal e da Equipa
Borges concluiu afirmando: “Claramente, sou um melhor treinador. E, claramente, o Sporting é uma melhor equipa. Em relação àquilo que era o meu Sporting, acho que sim, é uma melhor equipa. Claramente, tem mais a minha marca. Tem mais tempo de trabalho. Por isso, logicamente, acredito que seja a melhor equipa. Agora, o futuro dirá. Porque, apesar de tudo, para mim, não são só os resultados que ditam o melhor. Infelizmente, às vezes, não conseguimos o que queremos. E não há ninguém que ganhe sempre, por isso. Agora, claramente, acho que é uma melhor equipa, porque há mais da minha marca como treinador. E o Rui Borges, claramente, é um melhor treinador. Claro, é um desafio enorme, diferente de todos aqueles que já tive. E fez-me ver as coisas de uma forma diferente. Faz-me crescer, claramente. Mas o crescimento de um treinador é contínuo. Mas, claramente, sinto que evoluí muito mais”.