O duelo entre o Gil Vicente e o Casa Pia terminou num periclitante empate a 1-1, mas as reações dos treinadores deixaram claro que o clima em campo era bem mais intenso do que o resultado final sugere. César Peixoto, no entanto, não escondeu a sua insatisfação: “Não saímos nada satisfeitos com o resultado, mas muito satisfeitos com a exibição.” Para ele, a partida foi dominada pela sua equipa, que ficou a sentir que merecia mais. “Fomos a única equipa que quis jogar e a única que conseguiu chegar a zonas de finalização,” afirmou com convicção, sublinhando a superioridade exibida durante o jogo, apesar do resultado que não refletiu o que se passou em campo.
Peixoto trouxe à tona um ponto positivo, referindo que o Gil Vicente, que foi apontado como uma equipa grande, mostra que está a regressar à sua melhor forma. “Este é o Gil Vicente que nós queremos e voltámos a ser esse Gil Vicente. Sendo assim, estamos mais perto de vencer,” disse, deixando transparecer um ânimo renovado.
Casa Pia Resiliente
Do lado do Casa Pia, o cenário era uma mistura de alívio e determinação. Gonçalo Brandão, o treinador adjunto, fez questão de destacar a união e a resiliência da sua equipa. “Decidimos apanhar momentos para pressionar mais alto e umas vezes conseguimos,” comentou, enquanto enfatizava a coesão que permitiu ao Casa Pia resistir à pressão adversária. A parte defensiva foi um ponto alto para Brandão, que disse: “Defensivamente estivemos bem. O Gil Vicente teve alguns remates, mas grandes oportunidades não teve.”
Ambos os treinadores reconheceram a qualidade do adversário, com Brandão a referir: “Entendemos que jogámos contra uma equipa muito bem trabalhada e com muita qualidade.” A disputa foi dura e equilibrada, com oportunidades escassas para ambas as equipas. “Se formos ver oportunidades claras de golo, não me lembro de muitas. Tiveram um volume ofensivo maior, mas acho que foi um jogo equilibrado,” admitiu o adjunto do Casa Pia, alinhando-se à percepção de que a noite não favoreceu claramente nenhum dos lados.
A Falta de Eficácia do Gil Vicente
César Peixoto, no entanto, insistiu que a falta de eficácia da sua equipa foi um obstáculo decisivo para a vitória. “Faltou-nos ser mais expeditos para finalizar,” disse o treinador. Em se tratando de contextos adversos, Brandão revelou que o Casa Pia enfrentou uma semana complicada, marcada por problemas de saúde no plantel. “Foi uma semana difícil, com uma gripe que tomou conta de Pina Manique e não foi fácil gerir tudo.”
Mas a superação foi evidente, e como ele frisou, “deram tudo até ao fim e esgotaram o oxigénio todo.” Esta mentalidade parece ter sido fundamental para garantir o ponto conquistado. Enquanto o Gil Vicente continua na luta pela liderança, ocupando a quarta posição da tabela, o Casa Pia, mesmo após mais uma partida sem vitória, parece ter encontrado combustível na união e luta da sua equipa.
Perspectivas Futuras
O caminho à frente poderá não ser fácil, mas tanto Peixoto quanto Brandão deixaram claro que as ambições continuam em alta, e que este empate é, de certa forma, um passo positivo. Para Peixoto, “isto é uma maratona, não é um sprint, mas somamos mais um ponto e continuamos a nossa caminhada.” Assim, a batalha no Estádio Municipal de Rio Maior não revelou um verdadeiro vencedor, mas trouxe à superfície a luta e a ambição que caracterizam a I Liga portuguesa, com cada treinador a ver o futuro com esperança, apesar dos desafios.