Marcelo Cipriano, antigo avançado que brilhou no Tirsense e no Benfica nos anos 90, trocou os relvados pela engenharia civil e, posteriormente, pela carreira de agente FIFA. A experiência como jogador permitiu-lhe aconselhar jovens talentos, como Fábio Vieira e João Mário. Ao Maisfutebol, Marcelo revela o seu sentido de missão em prol do sucesso dos mais novos.
Antes do reencontro entre Tirsense e Benfica, Marcelo recebeu o Maisfutebol em casa e partilhou a sua visão sobre o futebol e o seu papel no apoio aos jovens jogadores. Consciente das dificuldades superadas enquanto jogador, ambiciona aconselhar os mais novos, como fez com Fábio Vieira, João Mário (FC Porto) e Rodrigo Gomes (Wolves).
A Transição da Engenharia para o Agenciamento
Questionado sobre o término da sua carreira como jogador em 2004, Marcelo explica: “Poderia ter continuado em Inglaterra, foi um erro sair do Birmingham. Sempre tive o sonho de terminar a licenciatura enquanto jogador da Académica, mas vim na época errada. Houve pessoas que agiram de forma errada. Acabei a licenciatura já depois de terminar a carreira. E fiquei a morar em Coimbra, é uma cidade especial. As minhas filhas nasceram em Coimbra, de onde é natural a mãe. A minha companheira está em Coimbra há muitos anos. Tenho muitos amigos e antigos colegas. E, claro, estou perto de Porto e Lisboa.”
Atualmente, Marcelo dedica-se a representar jovens talentos: “Neste momento represento, entre outros, o Rodrigo Gomes, avançado do Wolverhampton, e o Miguel Alves, avançado que bate à porta da equipa principal do Sporting. No passado fizemos um trabalho fantástico com o Fábio Vieira e com o João Mário, no FC Porto, dos 14 aos 21 anos.”
O Apoio aos Jovens Talentos
Marcelo vê o seu trabalho como um auxílio aos jovens jogadores: “Sinto-me muito realizado pelo trabalho que consegui junto de jovens como Fábio Vieira, João Mário ou David Carmo. É importante eles contarem com este apoio e acompanhamento. Quanto ao Rodrigo Gomes, trabalhamos com ele desde os 14 anos, foi muito importante ele crescer no Estoril, numa fase em que estava desacreditado no Sp. Braga.”
Questionado sobre o apoio que lhe faltou enquanto jogador, Marcelo afirma: “Passos diferentes em determinados momentos teriam feito muita diferença. Faltaram estes conselhos. Fruto da minha experiência enquanto ex-jogador e agente há quase 20 anos, estou na obrigação de ajudar a formar as pessoas, sem querer substituir os pais, treinadores e colegas de equipa.”
Futebol Feminino e o Futuro
Sobre o futuro do futebol feminino, Marcelo não se mostra muito otimista: “Não creio. O mercado português ainda não está preparado.”
Questionado sobre uma palavra que define o seu percurso no futebol, Marcelo responde: “Resiliência.”