Quatro anos e meio de Rúben Amorim ao leme do Sporting
Rúben Amorim completou esta semana quatro anos e meio como treinador do Sporting, tendo conquistado duas Ligas, duas Taças da Liga e uma Supertaça durante este período. O técnico tem recebido elogios pelo seu trabalho, especialmente do experiente treinador Vítor Manuel, que avalia o desempenho de Amorim no clube.
«Parece haver sintonia perfeita entre a direção do Sporting e o Rúben. Os resultados têm ajudado, claro, mas quando há identificação entre as ideias do presidente, do diretor desportivo e do treinador, quando tudo está muito bem colado e há solidariedade institucional, tudo fica muito facilitado», começou por dizer Vítor Manuel.
Conquistando adeptos com resultados e discurso
O antigo treinador considerou que Amorim «conquistou os adeptos do Sporting com os resultados e com o discurso e a sua fluência». Vítor Manuel destacou ainda que o Sporting, sob a presidência de Frederico Varandas, «passou a ser um clube estável», ao contrário do passado, quando era «uma espécie de cemitério de treinadores».
«O Rúben tem sido um treinador que, além de ter resultados, cumpre objetivos financeiros, o que dá uma estabilidade muito grande ao clube», acrescentou.
A saída de um treinador
Vítor Manuel abordou também a sensação de um treinador quando é afastado, como aconteceu recentemente com Daniel Sousa no SC Braga ou Roger Schmidt no Benfica.
«Primeiro, começamos a perceber pequenos indícios de que as coisas já não estão bem. É a reação de adeptos, dirigentes e até jogadores que já não é a mesma. Deixa de haver a mesma empatia, a mesma força, a mesma motivação», explicou.
«No fundo, nos dias que antecedem a mudança, as caras das pessoas já não são as mesmas. Andam todos desconfiados uns dos outros e, por vezes, o treinador sabe que tem de ir dar o treino ou ir a jogo, mas já não vai com a mesma alegria», prosseguiu.
Dicas para um treinador que substitui outro a meio da época
Vítor Manuel deu ainda algumas dicas sobre o que um treinador deve fazer quando substitui outro a meio da época, como será o caso de Bruno Lage no Benfica.
«Antes de mais, tem de resolver o labirinto emocional em que os jogadores possam estar. Deve tentar falar individualmente com todos os jogadores, saber o que se passa, ouvir os capitães, ouvir a estrutura e fazer uma leitura daquilo que se passou», afirmou.
«Depois, tem de arranjar um antibiótico, digamos assim, muito forte para estancar o que está mal. Cada jogador é um mundo e o antibiótico tem de ser bom e forte, espécie de terapia de choque», concluiu.