Em entrevista exclusiva ao jornal italiano La Stampa, o jovem extremo português Francisco Conceição, atualmente na Juventus, falou sobre a sua experiência de ser treinado pelo pai, Sérgio Conceição, durante a passagem pelo FC Porto.
O internacional sub-21 português classificou essa vivência como «uma honra e um fardo», realçando que «não é fácil» ter o progenitor como treinador, mas que isso serviu de «empurrão» para provar que não estava lá «por ser filho do treinador».
«Cheguei à Seleção sozinho»
«Foi uma honra. Não por ser meu pai, creio que os factos falam por si. Foi uma honra e um fardo. Não nego que não seja fácil tê-lo como treinador, mas serviu de empurrão, para provar todos os dias que não estava lá por ser filho do treinador. Cheguei à Seleção sozinho», atirou Francisco Conceição.
Apesar das dificuldades, o jogador da Juventus continua a ouvir os conselhos do pai: «Falámos antes e depois de jogo, mas ele nunca aborda questões táticas ou estratégicas. Falamos sobre mim, sobre como me sinto, como devo encarar o desafio do ponto de vista mental.»
Uma família de futebolistas
Francisco Conceição falou também sobre a forte ligação da sua família ao futebol. O seu irmão José, de 9 anos, «é bom com a bola», e tem outros três irmãos que também jogam futebol, incluindo o Moises, que joga na terceira liga portuguesa, e os defesas Rodrigo, do Zurique, e Sérgio, do Anorthosis, do Chipre.
«Com um pai assim, era natural que nos apaixonássemos pelo futebol, mas o pai nunca nos impôs nada: só se nos sentirmos realizados é que seremos felizes, era o seu refrão. O pai diz-me a mim e aos meus irmãos para sermos sempre nós próprios: se estivermos felizes, podemos fazer o drible perfeito num jogo», contou.
Futuro na Juventus
Quanto ao seu futuro, Francisco Conceição afirmou que já não se vê «sem esta camisola» da Juventus, mas ressalvou que não pode fazer «outras declarações» porque não lhe cabe a ele fazê-las. «Eu gosto do projeto da Juventus», garantiu.
O extremo português falou ainda sobre outros momentos da sua carreira, como o golo que marcou ao Leipzig na Liga dos Campeões, que classificou como o «mais bonito» da sua carreira, e a expulsão por simulação no jogo com o Cagliari.
«Fui tocado, o árbitro podia ou não ter dado o penálti, mas eu não simulei. Em geral, ando sempre a mil à hora, à procura do drible. Para mim, o futebol é tudo... o meu estado de espírito está intimamente ligado ao que acontece no jogo. Tento separar o trabalho da família, mas muitas vezes não consigo e, por isso, em casa, fico um pouco nervoso se as coisas não correm como deviam», partilhou.