António Simões, lenda benfiquista, recorda a final da Taça de Portugal de 1974 como um momento emblemático da história do futebol português. O jogo entre Benfica e Sporting, que culminou com a vitória do Sporting por 2-1 após prolongamento, foi mais do que um simples dérbi: foi a primeira final da Taça de Portugal após a queda do Estado Novo, marcando assim o início de uma nova era democrática no país. Em entrevista a A BOLA, Simões destacou a importância simbólica do jogo: «Sentíamos que havia um regime que estava podre e que finalmente acabara, e há outro que começa e faz nascer a esperança, e esse Benfica-Sporting é o reflexo dessa grande esperança do povo português».
O ex-avançado das águias também ressaltou a diferença entre a final de 1969, marcada pela repressão e pela presença policial, e a de 1974, onde «o ambiente era mais saudável, respirava-se melhor», refletindo o impacto da queda do regime autoritário na sociedade portuguesa. Simões enfatizou que o futebol foi uma ferramenta de expressão e resistência contra a ditadura: «Nós nunca servimos o regime, o regime é que se serviu de nós». O jogo de 1974 foi um símbolo da liberdade conquistada e da esperança renovada para o povo português.